19/02/2025 - 16:12
No momento em que o governo está com popularidade derretendo e a candidatura do presidente Lula à reeleição é incerta, o ministro Fernando Haddad (Fazenda), teoricamente o plano B do PT à sucessão presidencial, enfrenta a fase mais delicada no cargo até agora. Ao mesmo tempo, o enfraquecimento de Haddad, que se consolidou como o ministro mais forte nos dois primeiros anos da gestão Lula 3, é conveniente para parte do poder em Brasília que disputa, nos bastidores, espaço político no tabuleiro das eleições de 2026. Mas o que pode ser favorável na política faz estragos na economia. Afinal, desacreditar Haddad não melhora as avaliações do presidente Lula, não ajuda no controle da inflação, das contas públicas, nem melhora o desempenho econômico.
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Tradicionalmente, o ministro da Fazenda não é um cargo popular. Dos últimos 30 anos, dos doze ocupantes do cargo, quatro deles tinham pés na política (Fernando Henrique Cardoso, Ciro Gomes, Antonio Palocci e Henrique Meirelles) e, à exceção de FHC, nenhum outro teve sucesso como político após a passagem pela Fazenda. Ao contrário de seus antecessores, Haddad já chegou no cargo como um provável sucessor de Lula. Aos 62 anos, o pupilo 01 do presidente tem na economia um trampolim para voos maiores, ou um peso que pode limitar o sonho com a Presidência.
A amigos o ministro já teria confessado que só sairia candidato à sucessão de Lula se tivesse chances reais. Dentro do governo, porém, nega que seja candidato ao mesmo tempo em que mapeia os entraves internos que precisaria superar no seu partido para avançar numa candidatura. Um deles tem nome e sobrenome e um cargo importante entre os petistas: Gleisi Hoffmann, presidente do PT. Apontada como possível nova ministra da Secretaria-Geral da Presidência da República na reforma ministerial em gestação no governo, Gleisi é crítica da política fiscal do ministro e, em outubro do ano passado, chegou a dizer que Haddad deveria concorrer ao Senado por São Paulo em 2026. “Seria um excelente nome”, disse ela.
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