O dólar intensificou a alta na tarde desta nesta quinta-feira, 6, depois das fortes perdas da véspera, com investidores demonstrando cautela à medida que seguem de olho em notícias sobre os planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e em dados da maior economia do mundo.

Por volta de 15h44, o dólar à vista subia 0,46%, a R$ 5,77 na venda. O Ibovespa opera em leve alta. Veja cotações.

A baixa volatilidade da moeda norte-americana nesta sessão ocorre um dia depois de sua maior perda diária no Brasil desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando fechou em baixa de 2,72%, a R$ 5,7558, em um recuo de 16 centavos de real ante o fechamento de sexta-feira.

Entre os principais motivos para o movimento de quarta-feira estão um desmonte de posições defensivas realizadas antes do feriado do Carnaval, quando investidores buscaram proteção antes do fechamento dos mercados na segunda e na terça-feira, e a forte queda do dólar no exterior.

Os mercados globais têm se concentrado nos crescentes sinais de desaceleração da economia norte-americana, como reforçado pelo relatório de emprego da ADP na véspera, e na política comercial de Trump, que deu início a novos conflitos comerciais com Canadá e México ao impor tarifas de importação de 25% aos dois parceiros comerciais na terça-feira.

Trump concordou na quarta em adiar por um mês as tarifas sobre alguns veículos fabricados na América do Norte após uma ligação com os CEOs de General Motors e Ford e com o presidente da Stellantis.

As montadoras pediram ao presidente que renunciasse às tarifas de 25% sobre México e Canadá para veículos que estivessem em conformidade com as regras do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) de 2020.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,18%, a 104,100.

Nesta sessão, os agentes financeiros analisarão dados de pedidos iniciais de auxílio-desemprego e de balança comercial nos EUA, ambos às 10h30.

Também estará no radar a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, às 10h15, quando a expectativa do mercado é que a taxa de juros seja reduzida em mais 0,25 ponto percentual, em meio à fraqueza da economia da zona do euro.

Em relação às questões comerciais, a expectativa é por telefonema entre Trump e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, para tratar das recentes tarifas do presidente norte-americano sobre o país vizinho.

Na cena doméstica, o mercado aguarda novas possíveis trocas de ministros do governo Lula, após o anúncio, na semana passada, de substituições no Ministério da Saúde e na Secretaria de Relações Institucionais.