19/03/2025 - 18:42
A implementação de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra nações como México e China, gerou mais tensões nas relações comerciais globais. Apesar da instabilidade política, muitos brasileiros têm aproveitado o cenário para diversificar e proteger seu patrimônio em ativos atrelados ao dólar.
+Como investir em ações de empresas dos EUA – sem sair da bolsa brasileira
Esse movimento ficou evidente com o aumento de 28% no interesse dos investidores brasileiros por esse tipo de investimento desde a posse de Trump em janeiro deste ano, conforme dados da fintech Kingdom Auto Finance, baseada em Orlando, que recebeu investimento do Equity Group, comandado pelo empresário João Kepler.
“Desde que Trump assumiu, observamos uma mudança significativa no comportamento dos investidores em relação à economia dos EUA. É possível perceber uma expectativa positiva sobre as políticas econômicas do governo atua”, Gustavo Camilo, CEO e cofundador da Kingdom.
A Kingdom foi criada para ajudar imigrantes latinos a acessarem crédito para veículos nos Estados Unidos, simplificando o processo. Desde sua fundação em 2022, a fintech tem financiado mais de 500 carros e mantém uma taxa de inadimplência abaixo de 3%.
Além disso, utiliza inteligência artificial para gerenciar contratos, garantindo segurança para os clientes e investidores.
Com rentabilidade de 13% ao ano, muito superior aos 4,5% da renda fixa nos EUA, a exposição ao dólar se tornou uma opção atrativa para aqueles que buscam estabilidade em meio à instabilidade política e econômica do Brasil.
A proteção contra flutuações cambiais, que permite aos investidores “congelar” a cotação do dólar, também tem sido um fator decisivo.
“As reformas tributárias e as promessas de crescimento da economia americana têm levado muitos brasileiros a investir em ativos ligados ao dólar, considerando as incertezas no Brasil”, completa Camilo.
Investimentos nos EUA: quais as alternativas para investidores brasileiros
ETFs (Exchange-Traded Funds)
- O que são? Fundos negociados em bolsa que acompanham índices, como o S&P 500.
- Rentabilidade: Varia conforme o índice; o S&P 500, por exemplo, tem retorno médio de 10% ao ano.
- Riscos: Volatilidade do mercado e risco cambial.
- Como investir com R$ 100: No Brasil, é possível comprar ETFs internacionais como o IVVB11, que replica o S&P 500. Corretoras internacionais, como Avenue e Passfolio, também oferecem a compra de ETFs diretamente nos EUA.
Ações de Empresas Americanas
- O que são? Investimentos em empresas como Apple, Amazon e Tesla.
- Rentabilidade: Depende da valorização das ações e dos dividendos pagos.
- Riscos: Flutuação do mercado e risco cambial.
- Como investir com R$ 100: No Brasil, através de BDRs (como o AAPL34 para Apple). Corretoras internacionais permitem a compra de frações de ações.
REITs (Fundos Imobiliários dos EUA)
- O que são? Fundos que investem em imóveis nos EUA, como shoppings, escritórios e centros logísticos.
- Rentabilidade: Os REITs pagam dividendos, com retornos entre 3% e 8% ao ano.
- Riscos: Vulnerabilidade a crises no setor imobiliário e risco cambial.
- Como investir com R$ 100: Por meio de corretoras internacionais que oferecem a compra de frações de REITs.
Renda Fixa nos EUA (Treasuries e Bonds)
- O que são? Títulos públicos (Treasuries) e privados (corporate bonds) dos EUA.
- Rentabilidade: Treasuries oferecem rendimentos de 4% a 5% ao ano, enquanto os bonds de empresas podem pagar até 8%, dependendo do risco.
- Riscos: Risco cambial e risco de crédito nos bonds privados.
- Como investir com R$ 100: Algumas corretoras internacionais oferecem ETFs de renda fixa, como o TLT, que investe em Treasuries.