05/05/2025 - 5:48
Gabinete de segurança do país convocou milhares de reservistas e desenhou um plano para ampliar operações e “conquistar” o território palestino, segundo a mídia. Estratégia incluiria deslocamento da população para o sul.O gabinete de segurança de Israel aprovou um plano para expandir as operações militares em Gaza, incluindo a “conquista” do território palestino e uma pressão para que seus residentes se desloquem para o sul, disse uma autoridade do país nesta segunda-feira (5/05) a agências de notícias.
No domingo, militares israelenses já haviam iniciado uma convocação em massa de reservistas para ampliar a ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza.
“O plano incluirá, entre outras coisas, a conquista da Faixa de Gaza e a posse dos territórios, movendo a população de Gaza para o sul para sua proteção”, disse a autoridade. A estratégia foi aprovada por unanimidade e também inclui “ataques poderosos contra o Hamas”, sem especificar a natureza da ofensiva.
Israel já controla cerca de metade do território palestino, incluindo uma zona tampão ao longo da fronteira, bem como três corredores que cortam Gaza de leste a oeste.
Segundo a fonte ouvida pela agência de notícias AFP, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “continua a promover” a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de deslocar habitantes de Gaza para países vizinhos, como a Jordânia ou o Egito.
O gabinete composto por Netanyahu e outros ministros também aprovou a “possibilidade de distribuição humanitária” em Gaza, que está sob total bloqueio desde 2 de março. Israel defende que “atualmente há alimentos suficientes” no território, embora organizações humanitárias e agências da ONU tenham alertado para as consequências que o bloqueio pode ocasionar para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza.
Segundo a autoridade israelense, o desbloqueio da ajuda humanitária poderia ser operado como forma de evitar que o Hamas assuma o controle dos suprimentos no território.
Escalada nos combates
O plano, que, segundo a autoridade, seria gradual, poderia marcar uma escalada significativa nos combates em Gaza. Israel intensificou os bombardeios aéreos e expandiu as operações terrestres no local desde que retomou sua ofensiva no território palestino em 18 de março, após a falha das negociações sobre a extensão de um cessar-fogo com o Hamas.
O país afirma que a intensificação da ofensiva tem como objetivo pressionar o Hamas a libertar os reféns mantidos em Gaza.
Os militantes palestinos ainda mantêm 58 reféns capturados no ataque a Israel em outubro de 2023. A ofensiva resultou na morte de 1.218 pessoas do lado israelense, a maioria civis.
Já a ofensiva militar retaliatória de Israel matou pelo menos 52 mil pessoas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território, administrado pelo Hamas.
gq (afp, ap)