11/08/2025 - 14:28
A Votorantim Cimentos apresentou lucro líquido de R$ 1,8 bilhão no segundo trimestre de 2025, aumento de 250% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O Ebitda ajustado consolidado foi de R$ 1,8 bilhão, aumento de 5%, excluindo o efeito de variação cambial, na mesma base de comparação. A receita líquida consolidada no período, por sua vez, foi de R$ 7,5 bilhões, crescimento de 5%.
A empresa diz seguir com o plano de R$ 5 bilhões em investimentos até 2028, mas avalia o cenário macroeconômico.
Para a companhia, o resultado é fruto da dinâmica tanto em volume de vendas quanto em preço no portfólio consolidado. No segundo trimestre do ano, as vendas globais de cimento da empresa somaram 9,3 milhões de toneladas, aumento de 3% em relação ao mesmo período de 2024.
A companhia disse ainda que a melhora de preço acima do aumento de custos ampliou a rentabilidade e levou a uma margem Ebitda de 24%, crescimento de 1 ponto porcentual na comparação com o segundo trimestre de 2024.
Quanto ao aumento robusto na última linha, a empresa explica que houve impacto positivo na linha de impostos e do desinvestimento que a companhia fez no Marrocos concluído no período. “Ainda assim, desconsiderando o desinvestimento, teríamos um crescimento de dois dígitos”, destaca o CEO global da Votorantim Cimentos, Osvaldo Ayres.
Os investimentos (Capex) no segundo trimestre do ano totalizaram R$ 808 milhões, 20% maior que no mesmo período do ano passado. Ayres afirmou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a companhia tem seguido seu plano de investimentos, sem mudanças de rota até o momento, mas que a empresa sempre avalia a possibilidade de retorno de novos movimentos, o que pode ser influenciado por uma eventual queda de atividade econômica, fruto dos descompassos econômicos globais.
A Votorantim Cimentos tem um plano de investimento de R$ 5 bilhões, entre 2024 e 2028. Desses, R$ 2,3 bilhões estão em andamento. “Avaliamos a viabilidade econômica a cada decisão, à luz de perspectiva de crescimento econômico e perspectiva de taxa de juros, por exemplo. Neste momento, o plano permanece, mas os desafios e a volatilidade fazem com que a cada decisão, tenhamos de reavaliar se ele continua tendo sentido”, acrescenta o CEO.
No fechamento do segundo trimestre, a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado, foi de 1,78 vez, redução de 0,19 vez, comparada à alavancagem do mesmo período de 2024, considerando apenas as operações continuadas. No final do trimestre, o montante em caixa e aplicações financeiras da Votorantim Cimentos foi de R$ 5,2 bilhões, permitindo que a companhia cumpra com as suas obrigações financeiras pelos próximos quatro anos.
Em julho, a companhia renegociou uma de suas duas linhas de crédito rotativas no montante de US$ 250 milhões, com extensão de prazo para cinco anos, melhores condições e aumento do número de contrapartes. O CFO, Antonio Pelicano, explica que a empresa mantém 50% da dívida em dólar e a outra metade em reais, como uma forma de mitigar riscos e trazer equilíbrio ao seu balanço.
Para frente, Ayres se diz “preparado para o pior, mas esperando o melhor”. Dentre possíveis problemas à vista, está o risco de mudanças no acordo de livre comércio que permite à empresa exportar de suas fábricas no Canadá para os Estados Unidos. Pelicano reforça, porém, que os EUA não têm produção interna para dar conta de sua demanda completa, o que favoreceria eventuais repasses de preço.