19/08/2025 - 21:02
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) autorizou nesta terça-feira, 19, a aquisição de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A medida era uma exigência imposta pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) em decisão manifestada no último dia 13. Agora, a expectativa das duas instituições financeiras é de que, na quarta-feira, 20, o Banco Central dê seu parecer sobre o negócio.
Para o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), a aprovação pela CLDF constitui mais uma camada de legalidade e reforça os benefícios que a negociação trará para o BRB e para o Distrito Federal: “O BRB passará a estar, a partir desta fusão, entre os grandes bancos do país”.
Na segunda-feira, 18, 11 entidades empresariais representantes de diversos segmentos do setor produtivo publicaram uma carta aberta ao Distrito Federal (DF) em que manifestaram seu apoio à operação de compra do Banco Master pelo BRB.
No documento, reconhecem que um BRB maior e mais completo trará benefícios para a sociedade e a economia regional, oferecendo soluções financeiras que geram emprego e renda. Para as instituições signatárias, a iniciativa fortalecerá o BRB e trará impactos positivos para a economia do Distrito Federal.
No dia 17 de junho, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já havia decidido aprovar, sem restrições, o acordo entre o BRB e o Banco Master. A decisão do Cade tornou-se definitiva após 15 dias sem manifestação pelo Tribunal do Cade nem recursos por terceiros interessados.
As negociações entre os dois bancos foram anunciadas em 28 de março, quando o Conselho de Administração do BRB autorizou a diretoria da instituição a comprar 58% das ações (entre ordinárias e preferenciais) do Banco Master, em negócio avaliado em R$ 2 bilhões.
Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, explicou à época que a transação vai complementar os negócios do banco brasiliense. O BRB, afirmou o executivo, vem passando por grande transformação nos últimos seis anos, a fim de deixar de ser uma instituição regional com atuação somente em crédito consignado para transformar-se em um banco completo, presente no país inteiro.
“O BRB é um banco de varejo, enquanto o Banco Master atua em mercado de capitais, com médias e grandes empresas, com câmbio e com um produto que muito nos interessa, que é o cartão de crédito consignado”, disse Costa. “Isso mostra a lógica da complementariedade das duas instituições.”
Com a aquisição, o BRB passará a ter 15 milhões de clientes, R$ 112 bilhões em ativos, R$ 72 bilhões em carteira de crédito e mais de R$ 100 bilhões em captações. Trata-se de uma das mais significativas transações entre instituições financeiras no País nos últimos anos.
O novo conglomerado terá um patrimônio líquido (PL) de R$ 10 bilhões e R$ 140 bilhões em ativos, passando a ser classificado como um banco S2 — e com a perspectiva de ser elevado a S1, o degrau mais alto na classificação de importância sistêmica, o equivalente ao nível do Itaú e Bradesco.