A Fitch Ratings elevou de 0,8% para 1,1% sua projeção de crescimento da zona do euro em 2025, apontando que o impacto das tarifas sobre as exportações foi “menor do que o temido” em junho. Em comunicado, a agência destacou que o Produto Interno Bruto (PIB) real avançou 0,1% no segundo trimestre tanto no bloco como nos quatro maiores países da região. “Embora as principais economias tenham crescido em linha com nossa previsão, o crescimento agregado da zona do euro foi mais forte do que esperávamos”, observou.

Segundo a Fitch, esse desempenho foi impulsionado por um “surto de exportações antes das tarifas”. A agência prevê, no entanto, uma desaceleração no segundo semestre, após a força das exportações nos seis primeiros meses do ano. Ainda assim, reforçou que, para 2026, espera um crescimento sequencial mais forte, em grande parte devido à melhora da demanda doméstica.

O comunicado ressalta ainda que o acordo comercial entre EUA e União Europeia (UE) reduziu o risco de choque severo, mantendo a tarifa efetiva dos EUA sobre exportações europeias cerca de 3 pontos porcentuais abaixo da hipótese de longo prazo de 15%. Isso trouxe “algum alívio” a setores como automóveis e farmacêuticos, embora a incerteza sobre tarifas deva persistir.

Na frente monetária, a Fitch avalia que o Banco Central Europeu (BCE) parece ter “domado a inflação”. O índice anual ficou em 2,1% em agosto, com desaceleração nos serviços. Com a surpresa positiva no crescimento, a agência afirma que “enfraquece o argumento para um corte de juros em setembro” e projeta a taxa de depósito mantida em 2%.