10/09/2025 - 18:07
A Vale anunciou na manhã desta quarta-feira, 10, uma redução das previsões de investimento de um total de US$ 5,9 bilhões para uma faixa entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões para 2025.
O investimento voltado para o crescimento da companhia foi reduzido de US$ 1,6 bilhão para US$ 1,5 bilhão, enquanto o direcionado para a manutenção da empresa caiu de US$ 4,3 bilhões para US$ 4,1 bilhões.
Em evento nesta manhã, o CEO da companhia, Gustavo Pimenta, disse que a Vale não tem mudanças na direção dos investimentos, mas busca maior eficiência.
Os gastos com soluções de minério de ferro foram mantidos em US$ 3,9 bilhões. Já o valor para metais para transição energética recuou de US$ 2 bilhões para US$ 1,7 bilhão. Questionado se, no curto prazo, os produtos voltados à transição energética têm menos demanda, ele disse que isso se dá em função da menor propensão do mercado a pagar a mais por esses produtos.
“Eu diria que existe menos demanda em função dos prêmios que não estão sendo realizados. Mas a trajetória está dada, eu acabei de voltar de uma viagem para a Ásia e os meus clientes no Japão e na China estão extremamente comprometidos com essa pauta de descarbonização. A questão é, como fazer essa transição de forma econômica, em que a alocação de capital tenha retorno adequado? Todos os clientes vêm pensando nisso, e para isso dependem eventualmente de uma aceleração dos prêmios relativos aos produtos mais verdes, o que não está acontecendo no momento”, afirmou.
Para ele, a dificuldade de que se pague um “prêmio” em produtos verdes se deve a várias razões, como desafios econômicos e fiscais. “Tem uma série de razões pelas quais os clientes hoje têm tido uma certa dificuldade de pagar por esse prêmio verde. Então o que temos feito é trabalhar rotas de processo, produtos e inovação”, disse.
Cobre
Em painel do evento NeoSummit COP-30, Pimenta afirmou que a companhia ficou para trás no que chamou de “corrida do cobre”. Ele mencionou a transação em curso entre a Anglo American e a Teck Resources, focada em minerais necessários para a transição energética, e disse que a meta da Vale é dobrar a produção de cobre.
Questionado sobre a possibilidade de um movimento como esse para que a Vale amplie sua produção de cobre, ele disse que a companhia se concentra mais em desenvolver seu potencial. “Nossa oportunidade está mais em desenvolver o nosso potencial minerário do que fazer, eventualmente, uma transação como essa”, afirmou.