21/09/2025 - 15:30
Bernard Arnault, chefe do grupo de artigos de luxo LVMH, o homem mais rico da França, classificou uma proposta de imposto de 2% sobre bilionários como um ataque à economia da França e denunciou o formulador do plano como um ideólogo de extrema esquerda.
+Conheça Veesion, startup de IA que tem Bernard Arnault como sócio e Brasil como maior mercado
+Como é a taxação dos mais ricos pelo mundo?
O imposto, que teria como alvo a riqueza acima de 100 milhões de euros (US$ 117 milhões), ganhou força política na França, onde o primeiro-ministro Sébastien Lecornu enfrenta pressão do Partido Socialista para incluí-lo no orçamento de 2026 ou enfrentar um voto de confiança que poderia derrubar seu governo.
“Esse não é um debate técnico ou econômico, mas sim um desejo claramente declarado de destruir a economia francesa”, disse Arnault ao Sunday Times do Reino Unido.
Quem formulou o plano de taxação de bilionários
Bernard Arnault acusou o formulador do plano, o economista Gabriel Zucman, de ser “antes de tudo um ativista de extrema esquerda” que usa “competência pseudo-acadêmica” para promover uma ideologia que visa desmantelar o sistema econômico liberal, que Arnault descreveu como “o único que funciona para o bem de todos”.
Zucman, professor da École Normale Supérieure da França e da Universidade da Califórnia, em Berkeley, rejeitou as acusações. “Nunca fui ativista de nenhum movimento ou partido”, disse ele no X, acrescentando que seu trabalho é baseado em pesquisa, não em ideologia.
Recentemente, Zucman argumentou em aparições na mídia que os ultra-ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que muitos outros cidadãos — uma lacuna que o imposto proposto pretende fechar.
O imposto tem amplo apoio do público, com uma pesquisa do Ifop encomendada pelo Partido Socialista neste mês mostrando 86% de aprovação.