O encontro ocorrido ontem entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, durante a Assembleia geral das Nações Unidas, em Nova York, trouxe um ar de otimismo para o governo brasileiro. Ministros do alto escalão em Brasília acreditam que as divergências existentes entre os dois países possam ser solucionadas em breve.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que a relação “inicialmente conflituosa” com os Estados Unidos neste ano já está sendo superada, após o aceno de Trump. O presidente americano demonstrou, inclusive, abertura para um encontro com o presidente brasileiro.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Haddad afirmou que mesmo diante do cenário com as tarifas impostas pelos americanos, os produtos brasileiros seguem valorizados no mundo. “Mesmo neste ano, com as adversidades de uma relação inicialmente conflituosa, mas que já está sendo superada, com os Estados Unidos, o produto brasileiro é muito valorizado no exterior”, disse.

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Em evento no Rio de Janeiro, o vice-presidente Geraldo Alckmin foi além. Ele disse estar otimista em relação às negociações sobre o tarifaço. “Foi um bom encontro entre os dois presidentes e a gente tem tudo para poder avançar”, disse Alckmin a jornalistas durante evento no BNDES.

‘Química’ entre Lula e Trump

Ontem, durante sua fala na ONU, Trump revelou o encontro de cerca de 30 segundos com Lula e disse que “tivemos uma boa conversa, e concordamos em nos reunirmos na semana que vem”. “Ele pareceu ser uma pessoa muito boa”, acrescentou.

Em agosto, o presidente americano impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, justificando a medida em parte pelo que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no processo por tentativa de golpe de Estado. Posteriormente, alguns produtos ficaram isentos dessa super tarifa.