27/09/2025 - 13:35
Governo de Donald Trump acusa político de esquerda de “ações imprudentes e incendiárias” durante sua estada em Nova York, ao incitar soldados americanos a “desobedecer às ordens” do presidente americano.O Departamento de Estado dos EUA informou na sexta-feira (26/09) que revogará o visto americano do presidente colombiano, Gustavo Petro.
O órgão afirmou em uma publicação no X que a revogação ocorreu por “ações imprudentes e incendiárias” de Petro.
O presidente da Colômbia estava em Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas. Na sexta, ele disse a um grupo de manifestantes que os soldados americanos deveriam “desobedecer às ordens de Trump” e “obedecer às ordens da humanidade”, o que parece ter sido a gota d’água para o governo de Donald Trump.
Durante seu discurso na assembleia, Petro criticou fortemente os ataques do governo Trump a supostos barcos venezuelanos envolvidos no tráfico de drogas no mar do Caribe. O presidente colombiano chegou a dizer que Trump deveria enfrentar um “processo criminal” pelas mortes.
Petro, que assumiu o cargo em agosto de 2022, também é um forte crítico da campanha militar em Gaza conduzida por Israel, aliado do governo americano. Petro acusou Trump de ser “cúmplice” do “genocídio” contra palestinos.
Na semana passada, uma investigação independente das Nações Unidas concluiu, pela primeira vez, que Israel teria cometido genocídio contra palestinos em Gaza — acusação rejeitada pelo governo israelense.
Trump, por sua vez, afirmou que o governo colombiano não está cumprindo suas “obrigações de controle de drogas”.
Como a Colômbia reagiu?
Petro já estava a caminho de Bogotá na noite de sexta-feira quando ocorreu o anúncio, informou a mídia colombiana
O ministro do Interior colombiano, Armando Benedetti, escreveu na sexta que era o visto do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que deveria ter sido revogado.
“Mas como o império o protege, está descontando no único presidente que foi capaz de dizer a verdade na cara dele”, acrescentou Benedetti.
Impasse sobre deportados
No início deste ano, a Colômbia impediu dois aviões militares dos EUA que transportavam migrantes deportados de pousar em território colombiano. Petro não estava satisfeito com o tratamento dado aos deportados colombianos pelo governo Trump.
Em retaliação, o governo americano revogou os vistos de autoridades colombianas e chegou a anunciar tarifas de 25% sobre a Colômbia, um grande produtor de café.
Em resposta, Petro anunciou tarifas sobre produtos americanos. O impasse foi encerrado quando o então ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, anunciou que a Colômbia receberia de volta seus cidadãos. Trump então anunciou que não iria adiante com a implementação das medidas punitivas contra a Colômbia.
(AP, AFP, DW)