05/11/2025 - 7:00
Um em cada 11 estudantes de universidades particulares do país está com a mensalidade atrasada há mais de 90 dias. É o que revela a Pesquisa de Inadimplência no Ensino Superior Privado do Instituto Semesp, realizada em parceria com a Principia.
O levantamento realizado junto a 293 instituições de ensino superior – 42,5% dos alunos matriculados do Brasil – mostra que a taxa de inadimplência dos estudantes das universidades particulares alcançou 8,73% no primeiro semestre de 2025.
Apesar de ainda ser considerada elevada, a taxa dos primeiros seis meses do ano representa uma queda de 1,9% em comparação ao mesmo período de 2024. O atual patamar é o mais baixo desde 2023.
O maior índice de inadimplência está nas instituições de pequeno porte – até 3 mil alunos. Nelas, os atrasos nos pagamentos das mensalidades chegam a 12,7% dos alunos. Entre as escolas de porte médio – entre 3 mil e 10 mil alunos – a inadimplência é de 8,64%. Já nas universidades de grande porte – acima de 10 mil alunos – o índice é de 8,5%.
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“Embora as pequenas apresentem os maiores índices, também foram as que registraram a maior redução percentual [em comparação a 2024], o que pode estar associado à diminuição no número de alunos e ao avanço na profissionalização da cobrança”, disse Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp.
Razões da inadimplência
Três fatores lideram os motivos que levam os estudantes a deixar de pagar as mensalidades. Com 62,8% aparace a perda de emprego ou redução da renda do estudante. Em segundo lugar está a falta de planejamento financeiro, com 58,1% entre as razões mencionadas. Fechando o pódio surge o aumento das despesas familiares, com 44,2% das menções.
Apesar de ainda pequeno, uma nova razão começa a ganhar força entre as razões da inadimplência universitária: gastos com as bets. Quase 20% das instituições de ensino superior já identificaram que as apostas online são uma das razões para o não pagamento das mensalidades.
Cursos mais inadimplentes
Os estudantes de cursos presenciais de Direito concentram o maior número de alunos inadimplentes. Eles são seguidos pelos alunos de enfermagem e engenharia. Já na modalidade à distância, os cursos com maior número de alunos inadimplentes são administração, gestão comercial e marketing.
“A educação é o único setor em que o consumidor pode deixar de pagar e continuar recebendo o serviço, algo que não ocorre, por exemplo, com planos de saúde, que são suspensos por falta de pagamento. Essa distorção incentiva o não pagamento, compromete a sustentabilidade das instituições e, ao contrário do que se imagina, também afeta a permanência dos estudantes”, afirma Capelato.
