A Amway ? gigante americana que fatura US$ 4,5 bilhões com o sistema de venda direta de produtos ? prepara um novo desembarque no Brasil. A empresa pretende emergir em grande estilo após o período de letargia que fez os números da companhia minguarem por aqui. A estratégia de retomada prevê atacar em duas frentes. Uma delas é o lançamento de uma campanha de marketing ? orçada em R$ 2,7 milhões ? com o objetivo de rejuvenescer a marca. A outra é a redução no custo de venda dos produtos, com a fabricação local de 20 dos mais de 100 itens comercializados. Esse processo, que será feito por indústrias terceirizadas, vai consumir outros R$ 1,5 milhão. Os dois casos são inéditos na história da empresam, que sempre optou pela divulgação boca-a-boca e jamais permitiu produzir
fora da matriz, situada em Ada (Michigan). A trajetória da Amway
no Brasil é polêmica.

A companhia aterrissou por aqui em 1991 e rapidamente construiu uma vigorosa rede de 200 mil revendedores, chamados de empresários. Com isso, o Brasil passou à terceira posição no ranking da Amway, atrás dos Estados Unidos e Japão. O declínio deveu-se a vários fatores. Boatos acusando a empresa de fazer ?lavagem cerebral? nos funcionários e o descontentamento com a remuneração (baseada no sistema multinível, no qual o revendedor recruta novos associados e embolsa parte dos ganhos deles) fazem parte da lista. O golpe de misericórdia foi a desvalorização cambial, que encareceu os produtos. ?Os problemas pertencem ao passado?, garante Ricardo Tanaka, diretor-geral da Amway no Brasil. ?Vivemos um novo tempo e vamos voltar a crescer?, aposta.

O executivo assumiu o posto em 2000, com a missão de relançar a empresa. A primeira providência foi ?limpar? a carteira de revendedores, afastando os que não se adequavam ao perfil. Hoje são apenas 30 mil. Depois, cuidou de melhorar a rentabilidade. Obteve autorização da matriz para produzir (através de terceiros) itens específicos (maquiagem e perfumes) para o mercado local. Hoje, eles respondem por 5% das vendas da filial. Reforçou os mecanismos de treinamento dos revendedores e criou políticas de incentivo. A última etapa do plano é a fabricação de produtos mundiais (iniciada com o sabonete da linha Body Series, lançado na última semana), que vão ser vendidos também aos demais países do continente. ?A exportação vai garantir receita anual de R$ 5,4 milhões?, estima Tanaka. Com estas medidas, o diretor da Amway espera aumentar sua competitividade em uma arena donimada pela Avon e Natura. ?Nossos custos cairão pelo menos 25%?, diz. Garante que a companhia ainda tem um longo caminho a percorrer no País. E, sonha alto: ?Vamos crescer 30% este ano?. É esperar para ver.