Lula, Roseana, Serra e Ciro também têm direito
a benefícios, mas só os dois últimos abriram mão
Luiz Inácio Lula da Silva
O candidato do PT recebe R$ 2,5 mil a título de aposentadoria especial como metalúrgico e dirigente sindical cassado pelo regime militar. Como deputado federal por um único mandato, durante a Constituinte, Lula não possui nenhum benefício. Declarou patrimônio de R$ 310 mil nas eleições de 1998.
José Serra
Aos 60 anos, não possui nenhuma aposentadoria especial. O candidato do PSDB se licenciou das universidades públicas em que lecionou, mas não requereu nenhuma pensão. Vive hoje com o rendimento de
R$ 8.280,00 que recebe como senador. Terá direito à aposentadoria a partir de 2003.
Anthony Garotinho
O ex-governador do Rio de Janeiro concedeu a si mesmo uma aposentadoria vitalícia de
R$ 9,6 mil, mas recuou por acreditar que isso reforçaria a artilharia dos adversários na campanha presidencial. Como ex-prefeito de Campos, Garotinho não tem direito a aposentadoria especial.
Roseana Sarney
Ex-governadora do Maranhão, tem direito a uma aposentadoria vitalícia de R$ 9.600,00, com ganho líquido de R$ 7.217,00. Seus assessores afirmam que a concessão do benefício é automática. Para abrir mão, Roseana teria que ter recusado a aposentadoria por escrito, o que não fez.
Ciro Gomes
Como ex-prefeito de Fortaleza,
ex-governador do Ceará e ex-deputado estadual, teria direito a três aposentadorias. Recusou todas. Se tivesse aceito, estaria recebendo, aos 44 anos, R$ 22 mil mensais. Hoje, vive de palestras, pelas quais cobra
R$ 6 mil, fora hospedagem e transporte.
Enéas Carneiro
Nunca ocupou cargos públicos e, portanto, não recebe nenhuma aposentadoria especial do Estado. Todos os seus rendimentos derivam da atividade profissional de cardiologista. O patrimônio declarado pelo candidato do Prona antes das eleições presidenciais de 1998 foi de R$ 191,9 mil.
Cifras da sucessão
 

? As eleições de 2002 devem movimentar cerca de R$ 10 bilhões. Um estudo do economista Paulo Mallmann, ligado à Febraban, indica que a economia cresce 1% acima do previsto em anos de eleições, em razão dos gastos de campanha.

? Especialistas em marketing político ganham muito dinheiro durante as eleições. Marqueteiros de primeira linha recebem entre R$ 3 milhões e
R$ 5 milhões para dirigir uma campanha e produzir os vídeos.

? Estão em jogo 1.059 vagas de deputado estadual, 513 para a Câmara, 54 para o Senado e 27 de governadores. Uma campanha para deputado custa, no mínimo, R$ 100 mil. No caso dos governadores, os gastos chegam a R$ 3 milhões.

? Estima-se que o custo para atingir e se tornar conhecido por um eleitor seja de R$ 12,00, com variações conforme a densidade populacional. Em São Paulo, o valor cai para R$ 1,00. Em Roraima, o custo chega a R$ 30,00.

? Como professor cassado da USP, Fernando Henrique começou a receber sua primeira aposentadoria especial aos 38 anos de
idade ? hoje ela é de R$ 5.450,00. O presidente declarou rendimentos de R$ 202 mil antes das eleições de 1998 e um patrimônio de R$ 1,2 milhão.

 

O custo de Clinton
 

? Eleger um candidato é mais caro
no Brasil do que nos Estados Unidos.
Os gastos dos candidatos à Presidência, governos, Câmara e Senado no Brasil somaram US$ 3,5 bilhões em 1994. Nos EUA, a eleição custou US$ 3 bilhões. Bill Clinton (foto) gastou US$ 43 milhões.

? Pesquisas de opinião têm um custo entre
R$ 30,00 e R$ 50,00 por entrevista. Ao todo, uma pesquisa de abrangência nacional chega a custar R$ 150 mil. Instituições financeiras, como o Bank of America e o Pactual, costumam encomendar pesquisas semanais aos institutos.

? De todos os candidatos à Presidência em 1998, Lula foi
aquele que mais recebeu recursos do seu partido. Ao todo, foram R$ 826 mil. Como pessoa física, o advogado Márcio Thomaz Bastos ofereceu R$ 30 mil ao petista.

? Um milhão de americanos financiam políticos nas campanhas presidenciais. No Brasil, apenas 75 mil eleitores contribuem como pessoas físicas. Os dados são do professor David Samuels, da Universidade de Minnesota.

? Entre as empresas não financeiras, a que mais contribuiu na eleição de 1998 foi a Inepar, do paranaense Atilano Oms Sobrinho, que ofereceu R$ 1,6 milhão a FHC. Isso não impediu que a empresa enfrentasse dificuldades. A companhia vendeu sua participação na Telemar e Atilano perdeu poderes na empresa.