13/01/2017 - 0:00
Ao que tudo indica, o ano será decisivo para as estratégias de mercado do Banco Original, lançado no varejo há nove meses com a proposta de ser 100% digital. A partir de fevereiro, o banco lançará a maior ofensiva comercial desde a estreia. Uma das iniciativas será extinguir todos os seus pacotes de serviços e lançar uma única modalidade de conta para pessoa física, com saques e transferências (TED e DOC) ilimitados, a uma tarifa de manutenção a R$ 9,90. Com isso, o Original acredita que irá seduzir correntistas de outros bancos, insatisfeitos com as altas mensalidades e com a cobrança extras de serviços, como transferências interbancárias. Atualmente, o pacote mais barato do banco é R$ 24,90. “Com a redução do custo para os clientes, vamos também reduzir a rentabilidade por correntista, mas ganhar no volume”, afirma o diretor de marketing do Original, Marcos Lacerda. “Temos a convicção de que, dentro de um ano, vamos dobrar nosso número de clientes, no mínimo”, acrescenta o executivo. O plano do banco, que possui mais de 100 mil clientes, inclui outras frentes. Até o final do ano, micro e pequenos empresários poderão abrir contas jurídicas, algo que não é possível atualmente. Em entrevista à DINHEIRO, Lacerda contou como o Original tentará multiplicar seus números neste ano:
O diferencial do Original, de ser um banco digital, já não difere daquilo que oferecem os grandes bancos, como Itaú e Bradesco. Como se destacar agora?
O processo de digitalização é uma realidade em todos os bancos e em todas as empresas. As vantagens do Original vão além do fato de ser digital. Existe toda uma cultura, um DNA, por trás do nosso modelo de operação. A relação com o cliente é diferenciada. A forma de se comunicar também. Ou seja, nosso objetivo agora não é ser maior do que os gigantes do mercado, mas mostrar um novo jeito de se relacionar. Ser o melhor para os clientes.
Isso inclui cobrar menos dos correntistas?
Com certeza. A partir do mês que vem, teremos um único pacote de conta corrente para pessoa física, com mensalidade de R$ 9,90. Os saques em caixas eletrônicos e transferências serão ilimitados. Nenhum banco oferece isso. Temos a convicção de que, ainda em 2017, dobraremos o número de clientes, no mínimo. Além disso, estamos nos preparando para criar modalidades de conta para micro e pequenos empresários, algo que turbinará ainda mais nossa operação.
Há planos de criar novas frentes de negócios, como uma financeira ou uma seguradora?
O Brasil é um continente. Naturalmente, o lançamento de qualquer novo produto ou serviço exige um planejamento cauteloso. Não temos dúvidas de que, conforme vamos crescendo, novas oportunidades irão surgir e vamos ampliar nosso portfólio. Quando lançamos nossa operação, em abril de 2016, tínhamos quatro ou cinco fundos como opção de investimento. Atualmente, já oferecemos mais de trinta. Ou seja, as coisas vão acontecendo.
Há planos de abrir capital?
Não está no radar. De todas as reuniões em que participei no Original, esse assunto sequer foi mencionado.
Depois de contratar o velocista jamaicano Usain Bolt e a jornalista Ana Paula Padrão para as campanhas do banco, qual será a estratégia para 2017?
Estamos estudando. O contrato com o Bolt vence em março. Podemos renovar ou, eventualmente, contratar outra personalidade. O grande desafio é encontrar alguém que tenha o perfil do Original, que transmita a originalidade do banco. No ano passado, superamos todas as expectativas com o Bolt. O sucesso dele na Rio 2016, tanto seu desempenho como atleta quanto a imagem que deixou como pessoa, foram excelentes. No caso da Ana Paula Padrão, também ficamos extremante contentes. Foi a única campanha publicitária que realizou em sua carreira. Ela nos disse que aceitou o convite exatamente por se tratar da campanha de um banco diferente. Enfim, ainda não batemos o martelo, mas estamos avaliando várias possibilidades.
(Nota publicada na Edição 1001 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Luís Artur Nogueira e André Jankavski)