23/01/2017 - 16:47
Os moradores do extremo sul e da zona leste da cidade de São Paulo foram, sob pontos de vistas diferentes, os mais afetados pela piora do mercado de trabalho na capital paulista, mostra estudo feito pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). Enquanto o extremo sul teve a maior alta da taxa de desemprego, a zona leste teve a maior diminuição do número de pessoas ocupadas.
O estudo, divulgado dias antes de a cidade comemorar seu aniversário de 463 anos, no dia 25, separa a capital paulista em oito regiões: centro, zona oeste, zona sul 1, zona sul 2 (também conhecido como extremo sul), zona norte 1, zona norte 2, zona leste 1 e zona leste 2. Os números apresentados comparam o comportamento do mercado de trabalho na cidade e em cada uma das regiões entre os anos de 2014, 2015 e 2016.
Entre 2015 e 2016, período em que se estima que o PIB teve queda em torno de 3,5%, a taxa de desemprego de São Paulo saltou de 12,8% para 16%, um aumento de 25%, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), calculada pelo Dieese. Enquanto isso, o extremo sul da capital (composto por bairros como Parelheiros e Grajaú) viu o seu nível de desocupação subir de 12,6% para 17,5%.
As zonas leste 1 e 2, embora tenham enfrentados altas menores na taxa de desemprego, foram as que tiveram, em números absolutos, as maiores reduções no nível de pessoas trabalhando. Em 2016, na zona leste 1 (que conta com bairros como Mooca e Tatuapé), havia 724 mil pessoas com alguma ocupação profissional, queda de 5,8% em comparação com o número de 2015. Na zona leste 2 (bairros como Itaquera e Guaianases), a retração foi semelhante, de 5,5%, para 1,05 milhão. Em toda a cidade, a redução foi de 3,7%, para 5,36 milhões.
O estudo destaca ainda que, considerando o número de ocupados, as zonas sul 2 e leste 2 se mantêm com a maior concentração de pessoas que nelas residem e são ocupadas, acima de 1 milhão cada uma, seguidas pelas zonas leste 1, sul 1 e norte 2, com níveis superiores a 600 mil ocupados. As zonas oeste e norte 1 são menores, com 507 mil e 427 mil ocupados, respectivamente, enquanto no centro vivem apenas 250 mil ocupados.