27/01/2017 - 19:00
Papéis avulsos
As ações do Banrisul dispararam na quinta-feira 26, fechando com alta de 14,21%. O motivo para tanto alvoroço foi a expectativa de que o banco do estado do Rio Grande do Sul seja privatizado, como parte do esforço do governo gaúcho para sanear as contas. A venda é uma contrapartida exigida por Brasília para conceder um pacote de ajuda ao estado, que vem tendo dificuldades para pagar os servidores públicos. O processo, com conseqüências políticas catastróficas para o governador José Ivo Sartori, pode ser feito de duas formas. Em uma, o governo oferece ao mercado o excesso de controle e permanece com 50% mais uma ação, e levanta R$ 1,8 bilhão. Na outra, o controle é vendido por R$ 3,3 bilhões. Procurado, o Banrisul não comentou.
Touro x Urso
Superando a marca de 66 mil pontos, algo que não acontecia desde 2012, a bolsa brasileira negociou mais de R$ 8,8 bilhões no pregão da quinta-feira 26, impulsionada por papéis de bancos, que se beneficiaram da decisão do Banco Central de simplificar o compulsório. Também ajudou a alta do minério de ferro na China. Mesmo puxando as ações de siderúrgicas, a alta leva a questionamentos de o quanto mais essas ações podem subir sem dados concretos de crescimento.
Quem vai sair de lá
BM&FBovespa dá ultimato a 16 empresas
Até o dia 6 de março, a BM&FBovespa pretende excluir do pregão 16 empresas, cujos nomes não revelou, caso elas não resolvam pendências, como o atraso no envio de documentos, a ausência de escriturador (que faz a custódia das ações), inadimplência à bolsa e cotações abaixo de R$ 1 por 30 dias consecutivos. A decisão reduziria as companhias listadas para 469.
Mercado
Aplicações isentas de IR decolam em 2016
As emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) somaram R$ 12,9 bilhões em 2016. Isso corresponde a 11,8% da captação local e um salto de 193% ante 2015, segundo a Anbima, entidade que representa o setor. Também isentos, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) responderam por 15,6% das captações, com R$ 17,1 bilhões, e alta de 72,6% sobre 2015. Já as debêntures, com R$ 4,4 bilhões, encolheram 11,6%. No ano, as empresas captaram R$ 178,5 bilhões no Brasil e no exterior.
Construção
Cyrela estreita laços com fundo canadense
A Cyrela Commercial Properties (CCP), controlada pela Cyrela Realty fechou acordo para transferir 33% de seu portfólio de escritórios comerciais ao fundo de pensão estatal canadense Canada Pension Plan (CPP). Em troca, a Cyrela vai receber uma fatia de 25% dos ativos logísticos do CPP, que tem sete empreendimentos no Rio de Janeiro e em São Paulo. A negociação prevê ainda a criação de uma joint venture para investir até US$ 400 milhões em escritórios comerciais. No ano, as ações da Cyrela Realty subiram 22,2%.
Destaque no pregão
Localiza denuncia a concorrência
A semana foi marcada pela polêmica entre empresas de locação de automóveis. Na segunda-feira 23, a Localiza, líder do setor, acusou um concorrente, cujo nome não revelou, de divulgar dados incorretos sobre sua receita líquida e do número de carros por agência. Os dados fariam parte de um prospecto de oferta inicial de ações, o que coloca tanto Movida quanto Unidas entre as suspeitas. A veterana, que abriu o capital em 2005, não marcou touca e realizou encontros com investidores, em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde o Chief Financial Office (CFO) Roberto Mendes as acusou de não contabilizar o tempo de transferências dos carros às lojas de seminovos, o que causa “distorções”. Procurada, a Localiza não comentou até a data do fechamento.
Palavra do analista:
Com a recomendação de compra dos papéis da Localiza, o time de analistas da Citi Corretora enxergam um potencial de valorização de 11,7%, ao preço alvo de R$ 42. Nos últimos 12 meses, as ações acumulam alta de 87,50%.
Mercado em números
EMBRAER
US$ 750 milhões – Foi o quanto a fabricante brasileira de aviões captou em sua nova emissão de bônus no exterior, que paga juros de 5,4% ao ano e tem vencimento em 2027
MRV
R$ 500 milhões – É o valor da nona emissão simples de debêntures da construtora, não conversíveis em ações, com esforços restritos de distribuição
DURATEX
21% – É a previsão de alta na venda de cavacos de madeira pela empresa de laminados, uma biomassa florestal que gera energia limpa, ao liberar vapor e gás quente
JBS
12% – Foi a alta nas exportações de sua subsidiária paraguaia, que embarca carne in natura para países como Chile, Rússia, Vietnã, Brasil, Israel, Alemanha, Holanda, Iraque e Kuwai, em 2016
OURO FINO
1,5 milhão – É o número de ações que a companhia de produtos veterinários pretende adquirir até janeiro de 2018, o que representa 6,3% do capital social