02/02/2017 - 11:39
As despesas operacionais do Bradesco, que contemplam os gastos administrativos e de pessoal, somaram R$ 10,482 bilhões de outubro a dezembro, cifra 24,6% maior que a vista um ano antes, de R$ 8,413 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, de R$ 10,267 bilhões, foi visto incremento de 2,1%. As despesas administrativas do banco atingiram R$ 5,411 bilhões no quarto trimestre, aumento de 1,4% ante o terceiro e 18,30% em um ano. Já os gastos de pessoal foram a R$ 5,071 bilhões, elevação de 2,9% e de 32,1%, respectivamente e na mesma base de comparação. Anual No ano passado, as despesas operacionais do banco foram a R$ 36,771 bilhões, aumento de 18,5% em relação a 2015, quando esses gastos ficaram em R$ 31,038 bilhões. O banco esperava que as despesas operacionais, considerando os números do HSBC somente a partir da segunda metade de 2016, crescessem de 12% a 16%. Para este ano, o Bradesco espera que suas despesas operacionais encolham até 1% ou cresçam até 3% (pró-forma). No conceito publicado, o banco projeta incremento de 10% a 14%. O Bradesco fechou dezembro com 60.610 pontos de atendimentos, redução de 1.925 unidades em relação a setembro. O banco explica, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, que a redução, a partir de março de 2015, refere-se à migração de caixas eletrônicos externos para a Rede Banco 24Horas, à desativação de máquinas dos pontos assistidos da Rede Banco24Horas, e à diminuição dos correspondentes Bradesco Expresso. Ao fim de 2016, o Bradesco contava com 5.314 agências, 23 unidades a menos que em setembro. Em um ano, a rede cresceu em 807 agências como reflexo da integração do HSBC Brasil. O número de colaboradores do banco foi a 108.793 pessoas em dezembro, redução de 1.129 em relação a setembro. No comparativo anual, foram adicionadas 15.932 pessoas, refletindo a incorporação dos colaboradores egressos do HSBC. Receita com prestação de serviços As receitas de prestação de serviços do Bradesco totalizaram R$ 7,545 bilhões no quarto trimestre de 2016, aumento de 14,4% em relação ao mesmo período de 2015, de R$ 6,597 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores houve elevação de 1,3%. Apesar do crescimento do período, as receitas expandiram-se em ritmo inferior ao das despesas operacionais no comparativo anual, de 24,6%. A expansão no trimestre, conforme explica o banco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, foi impulsionada pelo aumento do volume dos negócios, com destaque para o desempenho das receitas com cartões, underwriting/assessoria financeira, administração de consórcios. Foram compensadas, em parte, segundo o banco, por menores receitas com operações de crédito, principalmente, rendas com garantias prestadas, administração de fundos e cobrança. No ano passado, as receitas de prestação de serviços alcançaram R$ 28,024 bilhões, cifra 12,8% maior em relação a 2015, de R$ 24,839 bilhões. O banco esperava que os ganhos crescessem de 3% a 7% (pro forma) e de 12% a 16%, considerando os números do HSBC só no segundo semestre do ano passado. Para 2017, a instituição espera que a receita de prestação a serviços cresça de 7% a 11% (pro forma) e de 12% a 16% (publicado). Margem financeira A margem financeira de juros do Bradesco, composta por operações que rendem juros, atingiu R$ 16,743 bilhões de outubro a dezembro, cifra 0,3% menor que a vista no terceiro trimestre, de R$ 16,799 bilhões. Em um ano, quando estava em R$ 14,380 bilhões, foi identificado aumento de 16,43%. De acordo com o banco, a redução no trimestre reflete o menor resultado com intermediação de crédito, no valor de R$ 197 milhões, e redução na margem de seguros, no valor de R$ 63 milhões. No entanto, foi compensando pelo aumento de R$ 204 milhões em títulos e valores mobiliários TVM/Outros. Em 2016, a margem financeira de juros teve crescimento de 15,1% ante 2015, para R$ 63,059 bilhões. O destaque, de acordo com o banco, foi a intermediação de crédito que totalizou R$ 7,109 bilhões, motivada, em parte, pela consolidação do HSBC Brasil a partir do terceiro trimestre de 2016. O Bradesco projetava crescimento de 3% a 7% no conceito pró-forma e alta de 13% a 17%, considerando os números do HSBC, a partir do segundo semestre de 2016. Para este ano, o banco espera que sua margem financeira de juros, na melhor das hipóteses, fique estável e, no pior cenário, encolha até 4% no guidance pró-forma de 2017. No conceito publicado, o Bradesco projeta elevação de 3% a 7% neste ano. A taxa média anualizada da margem financeira de juros permaneceu estável em 7,5% ao final de dezembro de 2016 ante setembro e também na comparação com o mesmo período de 2015. A parte da margem financeira não relacionada a juros, que compreende basicamente as operações da tesouraria, totalizou R$ 190 milhões no quarto trimestre, aumento de cerca de 44% em relação ao terceiro, de R$ 132 milhões. O Bradesco destaca, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, um impairment de ativos financeiros no valor de R$ 1,264 bilhão no quarto trimestre, anteriormente marcados no patrimônio líquido e que impactou a margem financeira total do banco. O indicador foi a R$ 15,669 bilhões no quarto trimestre, queda de 7,5% em relação ao terceiro trimestre e alta de 7,97% em um ano. Cartão de crédito A modalidade cartão de crédito foi a que teve melhor desempenho no último trimestre na carteira do Bradesco. Na outra ponta, avais e fianças e cheque especial responderam pelas maiores retrações. Já na pessoa jurídica, o destaque foi avais e fianças e imobiliário em um trimestre que a maioria dos segmentos encolheu. A carteira de crédito da instituição alcançou R$ 514,990 bilhões no quarto trimestre, queda de 1,3% em relação ao terceiro, quando ficou em R$ 521,771 bilhões. Em um ano, porém, quando estava em R$ 474,027 bilhões, os empréstimos apresentaram alta de 8,6%. O impulso veio da pessoa física, com elevação de 0,6% no trimestre e 16,4% no ano. Um dos motores, o cartão de crédito, teve incremento de 6,4% ao final de dezembro ante setembro e de 24,6% em 12 meses, totalizando R$ 35,622 bilhões. Destaque ainda para financiamento imobiliário, com aumentos de 1,8% e 41,8% e consignado (com desconto em folha), com elevações de 1,8% e 12,3%, respectivamente e na mesma base de comparação. Já o crédito à pessoa jurídica encolheu 2,2% no quarto trimestre em relação ao terceiro trimestre, mas cresceu 5,1% em 12 meses. A maioria das modalidades teve retração no comparativo trimestral. As exceções foram de avais e fianças, que cresceram 4,0% ante o terceiro trimestre e 13,2% em um ano; e financiamento imobiliário, com expansão de 0,9% e 11,2%, respectivamente. O banco espera que a carteira de crédito expandida cresça de 1% a 5% em 2017 tanto no conceito “pro forma”, que inclui a incorporação do HSBC Brasil no período de análise, como no “publicado”. No ano passado, a expectativa do Bradesco era de que, considerando os números do banco inglês, os empréstimos avançassem de 8% a 12% em relação a 2015. O crescimento de 8,6% no período veio em linha com a projeção do banco.