27/02/2017 - 23:06
O bloco Cacique de Ramos, um dos mais tradicionais do Rio, fez na noite desta segunda-feira o segundo de três desfiles neste carnaval. Fundado em 1961, berço de uma geração de músicos que marcaram a história do samba, como o grupo Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Jorge Aragão, o Cacique de Ramos tem como tradição desfilar mais de uma vez, centro no Centro do Rio.
Neste ano, os desfiles estão sendo na Avenida Chile, importante via que corta a Avenida Rio Branco, a principal do Centro do Rio. A bateria composta por cerca de 200 músicos embalou em torno de 8 mil foliões fantasiados que desfilaram pela avenida, conforme os organizadores do Cacique de Ramos.
Diferentemente dos blocos que desfilam com os foliões atrás dos músicos, o Cacique de Ramos faz um desfile organizado, com algumas alegorias, alas com fantasias temáticas, passistas e porta-estandarte. Na Avenida Chile, grades separam o desfile, no asfalto, do público, que se aglomerou para ver o bloco passar, cantando sucessos como “Coisinha do pai” e “Vou festejar”.
O presidente do Cacique de Ramos, Ubirajara Félix do Nascimento, conhecido como Bira Presidente, que está no cargo desde a fundação e é integrante da formação original do Fundo de Quintal, destacou que, desde 1961, o bloco nunca deixou de desfilar. “O Cacique é eterno”, disse Bira.
O músico ressaltou ainda que, quando foi criado, o Cacique de Ramos teve papel importante na revitalização no carnaval de rua do Rio nos anos 1960. Já naquela época, os blocos tinham perdido atenção para os desfiles das escolas de samba. Com a atual revitalização do bloco de rua do Rio, que começou no início dos anos 2000, Bira, que completará 80 anos em março, garante que o Cacique continuará. O desfile desta terça-feira, no mesmo local do Centro do Rio, está marcado para as 19 horas.