17/03/2017 - 14:05
O deputado Pauderney Avelino (DEM/AM) disse nesta sexta-feira, 17, que a regra de transição da reforma da Previdência terá que ser “amaciada”, ampliando seu alcance, para que a aprovação da proposta de emenda constitucional no Congresso seja viável.”Se tivermos uma transição palatável, nós teremos a aprovação da matéria com diferença mínima em relação ao que foi proposto pelo governo”, assinalou o deputado.
Usando uma figura de linguagem para ilustrar o que está sendo discutido na Câmara, Pauderney defendeu que, ao invés de fixar um degrau muito alto, será melhor construir uma rampa em direção à aposentadoria, permitindo que mais pessoas entrem na regra de transição. “Temos que adequar pontos críticos para que a matéria não corra risco de não ser aprovada.”
O deputado reconheceu que a lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com pedidos de 83 inquéritos contra políticos gerou apreensão e um clima nervoso no Congresso. Porém, considerou que isso não deverá atrapalhar a tramitação da reforma.
“Não se sabe o conteúdo da lista e por quais ilícitos os políticos estão sendo citados. Mas, a meu ver, essa tensão deixará de existir quando houver a suspensão do sigilo da lista”, disse Pauderney, que prevê a aprovação das mudanças das regras da aposentadoria na Câmara até o início de maio. Depois disso, ele calcula em mais dois meses a tramitação do texto no Senado.
O deputado do DEM, partido da base que dá apoio ao governo de Michel Temer (PMDB) no Congresso, participou nesta sexta-feira do anúncio de uma linha especial de crédito da Caixa a motocicletas, cuja produção está concentrada no polo industrial de Manaus. Também estava prevista a participação no evento do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira (PRB), que, porém, acabou não incluindo a cerimônia em sua agenda de compromissos públicos. Pereira, segundo informações vazadas à imprensa, está entre os ministros de Temer que entraram na lista de Janot.
Durante discurso no auditório da Caixa no centro de São Paulo, Pauderney defendeu o plano de reformas proposto pelo governo e destacou as “boas notícias” que, segundo ele, estão tomando conta da agenda. Nesse ponto, ele considerou que a volta da criação de vagas de trabalho em fevereiro mostra uma inflexão na curva do desemprego. Também lembrou da decisão da Moody’s de retirar nesta semana a ameaça de corte na nota de crédito do Brasil, num sinal, disse, de retomada da confiança no País.