20/03/2017 - 22:06
O apoio do PC do B à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República em 2014 se deveu à “identidade de projetos político-ideológicos”, informou a legenda em resposta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido também afirmou desconhecer qualquer prática de arrecadação de recursos financeiros que tenham sido efetivadas em desrespeito às normas legais em vigor no País.
A manifestação do partido foi encaminhada ao ministro Herman Benjamin, relator da ação no TSE que apura se a chapa encabeçada por Dilma, de quem Michel Temer (PMDB) foi vice, cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.
Em depoimento prestado ao TSE no mês passado, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar afirmou que a empreiteira pagou R$ 7 milhões para cada um desses três partidos: PROS, PC do B e PRB, num total de R$ 21 milhões.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo apurou, Alexandrino disse ao ministro Herman Benjamin que os pagamentos foram feitos via caixa 2 para garantir o apoio político dessas siglas à chapa que unia PT e PMDB na campanha presidencial de 2014.
“A decisão do PC do B em se coligar com o PT, em apoio à candidatura de Dilma Vana Rousseff, nas campanhas de 2010 e de 2014, decorreu de entendimento quanto à identidade de projetos político-ideológicos, e concordância com os termos do programa das referidas campanhas”, informou ao TSE a presidente nacional do PC do B, a deputada federal Luciana Barbosa de Oliveira Santos (PE).
De acordo com Luciana, a arrecadação das receitas para a campanha eleitoral de 2014, assim como em todas as anteriores, foi efetivamente nos termos da legislação, “tendo todas as receitas e as despesas sido declaradas nas respectivas prestações de contas”.
Também em resposta ao TSE, o Partido Republicano Brasileiro (PRB) disse nesta segunda-feira não ter recebido caixa 2, propina ou “recurso financeiro proveniente de qualquer origem ilícita” para apoiar a chapa Dilma-Temer. (Rafael Moraes Moura e Breno Pires)