São Paulo, 25/4 – O recuo dos preços do milho, à medida que as lavouras da segunda safra do cereal em Goiás se desenvolvem, tem preocupado os produtores goianos, apontou em nota a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO). A expectativa da associação é de uma colheita de 7,72 milhões de toneladas de milho. Segundo a Aprosoja-GO, de forma geral, as plantações foram beneficiadas pelos bons volumes de água acumulados até o fim de março, apesar de as chuvas já estarem perdendo força no Estado, e em nada lembram a situação do ano passado, quando a estiagem provocou a quebra de quase 50% da safrinha, reduzindo a produção goiana a 4,508 milhões de toneladas.

A queda de preços acumulada este ano no mercado disponível já chega a 30%, de acordo com o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro. Conforme levantamento da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a cotação da saca de 60 quilos recuou de R$ 30 em janeiro para uma média estadual de R$ 23. Essa queda, conforme a associação, está relacionada à perspectiva positiva para a safrinha e à demanda inconstante.

“Essa queda nos preços é bastante significativa e pode afetar consideravelmente a rentabilidade dos produtores”, destacou Palavro, conforme a nota. A negociação antecipada de milho safrinha também está enfraquecida em consequência da queda das cotações. A Aprosoja-GO e Faeg estimam a comercialização entre 15% e 20% da produção esperada. Na segunda quinzena de abril, os preços para entrega em agosto/setembro estavam na faixa de R$ 17 a R$ 18,50 por saca, valores abaixo do mínimo (R$ 19,21/saca) estabelecido pelo Ministério da Agricultura para Goiás. “O produtor não fica incentivado a travar o milho porque os preços nesses patamares não são remuneradores”, apontou Palavro.

O consultor ressaltou, ainda, que a liberação pelo Ministério da Agricultura de R$ 800 milhões para apoiar a comercialização de milho no Brasil por meio de leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e contratos de opção de venda deve beneficiar parte da produção goiana de milho, porém, essas medidas só terão efeito a partir do momento em que o preço do milho disponível cair abaixo do mínimo no Estado – por enquanto apenas o preço futuro para entrega após a colheita da safrinha está menor que o valor mínimo fixado pelo governo. “Esses procedimentos da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) são importantes para garantir o fluxo de escoamento da safra brasileira de milho, impulsionando um maior dinamismo no mercado e a recuperação dos preços internos”, disse o consultor da Aprosoja-GO.