08/05/2017 - 14:59
Após cinco meses em recuperação, a tartaruga-cabeçuda que ficou presa em petrechos de pesca, em fins de novembro de 2016, em Itanhaém, litoral sul de São Paulo, está de volta à vida selvagem. Ela foi solta na última quinta-feira, 4, na Laje de Santos, a cerca de 30 quilômetros da costa, pela equipe do Instituto Gremar – Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna, responsável pela recuperação da tartaruga, que ganhou o nome de ‘Pérola’. A espécie está ameaçada de extinção.
Quando foi encontrada agonizante, numa praia de Itanhaém, ela havia engolido a ‘linhada’ de pesca e o anzol tinha ido parar em seu estômago. O equipamento também tinha ferido sua nadadeira esquerda.
Após a retirada, a tartaruga passou por tratamento clínico, por meio de antibióticos e anti-inflamatórios. Para se readaptar às condições marinhas, ‘Pérola’ foi colocada inicialmente em um tanque de 10 mil litros, com o volume de água aumentado gradativamente.
Sua alimentação, à base de peixes, requereu balanceamento especial para recuperar o peso ideal. Ela também passou por sessões de massagem e laserterapia para eliminar o inchaço na nadadeira.
‘Pérola’ ganhou companhia na hora de voltar para o mar. A equipe do instituto também devolveu à vida selvagem a tartaruga-cabeçuda ‘Mel’, espécime jovem que estava em recuperação no Gremar desde julho de 2016, quando foi resgatado numa praia de Mongaguá, com dificuldades respiratórias. Conforme os biólogos, ‘Mel’ está recuperada e em condições de atingir a fase adulta. Os dois animais foram resgatados pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, atividade que faz parte das exigências para o licenciamento ambiental federal do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos pela Petrobras, conduzida pelo Ibama.
O objetivo é avaliar a interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias, com o atendimento veterinário a animais vivos e a necrópsia dos mortos. Os animais que precisam de atendimento são encaminhados ao centro de reabilitação do Gremar em Bertioga. Após o tratamento, se estiverem aptos, são marcados e voltam à natureza. No caso dos animais mortos, é feita a investigação para definir se o óbito aconteceu em razão de algum impacto ambiental.