19/05/2017 - 19:00
O mercado de construção foi um dos mais afetados pela crise econômica dos últimos anos, arrastando a cadeia de material de construção. Um nicho, pelo menos, conseguiu resistir com maior força. As vendas de tintas decorativas retomaram o crescimento já no segundo semestre de 2016. Ainda timidamente. Mas pode atingir um ritmo de 6% no segundo semestre deste ano, avalia Alan Souza, diretor de marketing e herdeiro da Iquine, fabricante de tintas pernambucana fundada há 43 anos por seu pai, o empresário Delino Souza. “Muitas pessoas desistiram do projeto de comprar um novo imóvel e investiram na própria casa”, diz.
Futuro brilhante
A empresa se beneficiou de ter 91% de suas vendas voltadas para o consumidor final do mercado imobiliário. Com isso, está inaugurando a sua segunda fábrica, com investimentos de R$ 40 milhões, em Vitória de Santo Antão (PE). A sua capacidade de produção anual vai subir de 70 milhões de litros para 120 milhões de litros, em relação à unidade que possui em Jaboatão dos Guararapes, próxima a Recife. Esse crescimento vai permitir à empresa atender as vendas esperadas para o Sudeste. Ela começou a atuar no Rio de Janeiro há cinco anos e, em São Paulo, há apenas um ano. Segundo Souza, a companhia, que é líder na região Norte e Nordeste – com fatia de 27% do mercado –, tem uma participação de mercado nacional de 5,5%, atrás de Suvinil, Coral e Sherwin Williams. “Queremos chegar a 6% de presença em São Paulo em até quatro anos”, diz.
Água fria no mercado
Mas o mês de abril trouxe uma má surpresa para o mercado. “A recuperação foi interrompida por um mês complicado”, diz Souza. “Por conta da quantidade de feriados prolongados e a greve geral em abril, perdemos vendas nos dias mais importantes para o comércio de materiais de construção, os sábados e domingos. Foi um balde de água fria para o varejo.” A Iquine tem acordos para vender os seus produtos em algumas grandes redes, como a C&C, a Leroy Merlin e a Casa Show.