O anúncio de corte de 50% da subvenção da prefeitura do Rio de Janeiro às escolas de samba levou cerca de 200 pessoas à frente do edifício do governo municipal, no centro da cidade, na tarde deste sábado, 17. A prefeitura anunciou nesta semana que reduzirá a verba destinada a cada uma das agremiações para R$ 1 milhão, o que valerá já para o carnaval de 2018.

A intenção era atrair cerca de 1 mil pessoas ao protesto e que equipamentos de som fossem usados para chamar a atenção da população para a medida do prefeito Marcelo Crivella (PRB). O evento não tem organização definida. Ele foi convocado por meio da página do Facebook ‘Sambista da Depressão’, na qual 1,2 mil confirmaram presença no protesto.

Entre as lideranças das escolas de samba, apenas dois carnavalescos da Beija Flor de Nilópolis – Laíla e Cid Carvalho – e outro da São Clemente, Jorge Silveira, compareceram à manifestação e criticaram Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

“O que não pode é, depois de dar sua palavra nas eleições (de que não mexeria no carnaval), o prefeito agora querer tirar 50% (da verba). Todos nós que fazemos carnaval dependemos desse dinheiro. Sou espírita, mas espiritismo não faz mal a ninguém. Dividir o Rio de Janeiro com evangelismo é covardia”, afirmou Luiz Fernando do Carmo, o Laíla, da Beija Flor, para quem a decisão de Crivella tem motivações religiosas.

Para Silveira, da São Clemente, as mais prejudicadas com o corte de recursos públicos serão as escolas iniciantes que desfilam na Estrada Intendente Magalhães, na zona norte do Rio. Além de receber verba da prefeitura, elas são amparadas pelas grandes escolas, do grupo especial, que, após o corte, tendem a suspender o apoio.

“A prefeitura está cortando o espetáculo na raiz, no nascedouro. O prefeito está cortando pela raiz a capacidade do carnaval se reinventar. Qualquer centavo retirado de quem tem pouco é muito”, disse o carnavalesco.