27/06/2017 - 18:55
Uma operação conjunta da Polícia Federal, da Polícia Militar do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Segurança do Rio (Seseg) prendeu hoje (27) Jefferson Targino da Silva, considerado um dos maiores ladrões de cargas do estado do Rio. O delegado da Polícia Federal, Marcelo Prudente, disse que Targino recrutava outros criminosos e planejava os assaltos na região da Comunidade do Chapadão, na zona norte do Rio, onde ocorreu a prisão. Targino é suspeito de envolvimento em diversos roubos na área.
“Nós hoje falamos de números superlativos quando falamos em roubos de carga no Rio de Janeiro. Qualquer cifra que se mensurar hoje será de grande monta em termos de valores financeiros e em quantidade de delitos. Em relação a este indivíduo, o que a gente pode precisar [é que ele] era uma peça chave nesta estrutura e uma voz de comando e estruturava diversas operações. Nós ainda estamos quantificando estas condutas”, disse Prudente durante entrevista na sede da Superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá, centro do Rio.
Ainda na entrevista, o comandante do 41º Batalhão de Polícia Militar (BPM), coronel Marcos Lima, disse que Targino foi preso em uma casa da comunidade e não reagiu à ação policial. Com ele foram apreendidos uma pistola, um rádio transmissor, um carro e uma moto. Para chegar a Targino, os policiais militares utilizaram informações da Polícia Federal. “Essa integração nos propiciou a prisão desse criminoso que já era alvo de investigação da Polícia Federal”, disse o coronel.
Mudanças
O subsecretário de comando e controle da Seseg, Rodrigo Alves, disse que a partir de amanhã (28), conforme pedido encaminhado à Secretaria Nacional de Segurança Pública e à direção da Força Nacional, haverá um reforço no efetivo da Força Nacional para o combate ao roubo de cargas. Alguns agentes que estavam sendo utilizados no policiamento do Palácio Guanabara e da Assembleia Legislativa serão deslocados para o combate a este tipo de crime. Com o aumento do efetivo, o número de agentes chegará a 600.
De acordo com Alves, será feita também uma alteração na estratégia de atuação. “A forma de atuação da Força Nacional proporcionou um resultado positivo na região, agora os números do apoio não são suficientes para impactar todo o estado, mas a gente já encaminhou uma proposta de alteração da forma de atuação da Força Nacional e, a partir de amanhã, estará atuando em conjunto com a Polícia Militar e a Polícia Civil no estado do Rio de Janeiro visando realmente reduzir estes índices”, disse.
Segundo o subsecretário, não houve deslocamento da criminalidade para outro lugar, mas de contexto do tráfico, que entendeu o roubo de carga como uma forma de se autofinanciar e outras quadrilhas passaram a fazer isso, por isso, a nova atuação com emprego da Força Nacional vai ser definida conforme o deslocamento do que chamou de mancha criminal.
“Vai haver pontos fixos, até porque, esta região onde eles atuam em pontos fixos é a área onde tínhamos o maior transbordo de carga roubada. Nós conseguimos, com isso, impactar uma área, mas vamos estar migrando também para outras regiões”, disse.
Alves acrescentou que será alterado também o horário de emprego dos agentes da Força Nacional, que até agora era até as 17h. “O planejamento prevê atuação de acordo com a mancha criminal. Tem regiões em que a incidência de roubos de carga é maior em determinado horário e em algumas regiões. A partir de amanhã, eles estarão atuando em horários distintos considerando a mancha criminal”, disse.