12/07/2017 - 13:12
Brasília, 12/07 – O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), confirmou que votará a favor da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele foi o primeiro tucano a se pronunciar na sessão de discussão sobre a admissibilidade do processo no colegiado e sinalizou que outros parlamentares da bancada devem acompanhá-lo.
“Se a sociedade exige explicações, creio que este deve ser melhor papel e caminho a ser seguido”, disse. Ele lembrou que os integrantes da bancada foram liberados para votar “de acordo com a sua consciência”, mas ressaltou que a decisão não significa que os tucanos vão deixar de cobrar esclarecimentos. “Eu entendo que devemos levar adiante esse processo, pois não podemos ficar com dúvidas e falta de respostas em relação a algo que afeta toda a nação”, justificou.
Betinho cobrou que o partido deve se posicionar neste momento com o mesmo rigor que agiu durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e ponderou que o debate não pode ser usado como meio de se buscar vingança por parte da oposição.
“Nosso intuito é usar o mesmo peso, a mesma cobrança daquele momento em que se pedia impeachment da ex-presidente Dilma. É evidente que há muitos pontos que devem ser esclarecidos (no caso de Temer), mas nosso juízo não é da condenação, nossa responsabilidade é buscar esclarecimento das dúvidas levantadas na peça de acusação”, afirmou.
Ele disse ainda que, embora haja acusações de “exageros e injustiças” na Operação Lava Jato, isto não pode justificar a falta de cobrança dos parlamentares. “Exigir e cobrar esclarecimentos não pode ser confundido com ato de oportunismo e covardia”, defendeu.
Betinho Gomes também reforçou o discurso da legenda de que o PSDB não precisa manter os cargos no governo para apoiar a agenda econômica que apresentou no início da gestão Temer. “O meu partido tem se reunido constantemente e há uma preocupação clara com economia. Mas, se de um lado resultados da economia começam a aparecer, por outro lado não se pode deixar de exigir as cobranças pelos fatos graves que foram levantados”, concluiu.