22/07/2017 - 12:03
O Bradesco recebeu ofertas da Recovery, do Itaú Unibanco, e da Ativos, do Banco do Brasil, pela sua nova carteira de empréstimos vencidos, os chamados créditos podres, no valor de R$ 4,7 bilhões, apurou o Broadcast. O número total de interessados, porém, seria menor do que o obtido na operação anterior, que contou com 11 ofertas. O vencedor ainda não foi escolhido.
A operação em questão conta com seis carteiras, tem prazo médio de sete anos e inclui apenas empréstimos para pessoas físicas, de acordo com as mesmas fontes. São empréstimos tanto do próprio Bradesco como do antigo Losango, que vieram juntamente com a compra do HSBC. O prazo para o envio das propostas foi na última quinta-feira (13).
Um executivo do setor de créditos podres, que optou por não fazer uma proposta pela carteira do Bradesco desta vez, explica que ainda não está convencido da retomada no emprego, que é o principal motor para a recuperação de créditos no segmento varejo.
Como a nova venda de créditos podres está sendo feita agora, a contabilização deve ocorrer apenas no terceiro trimestre deste ano e pode empurrar para R$ 8,7 bilhões o total já ofertado pelo banco.
O Bradesco estreou neste mercado no final do ano passado, ao vender R$ 4 bilhões, em duas trances, conforme antecipou o Broadcast, no início do ano. A carteira foi adquirida pela Ativos e compreendia empréstimos para pessoas físicas, vencidos há quase dez anos, sendo 50% em créditos do Bradesco e o restante da financeira oriunda do banco Zogbi, adquirido pela instituição financeira.
Na prática, os bancos têm benefício marginal em termos de resultado com a venda de crédito podre. O ganho é operacional e também sob o ponto de vista de classificação do rating dos clientes. Isso porque os bancos retiram a pior nota e podem reclassificar as operações restantes de um mesmo correntista.
Quem também teria vendido carteira de crédito podre à Ativos no primeiro trimestre, de acordo com fontes, foi o Santander Brasil. O player mais atuante no mercado de créditos podres é a Caixa Econômica Federal. No momento, porém, o banco está impedido de ceder carteiras por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que encontrou indícios de ilegalidade nas operações realizadas.
Procurado, o Bradesco não comentou. Os demais players citados também não se manifestaram.