O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, repetiu nesta sexta-feira, 25, em conversa com jornalistas, que caberá ao Brasil apelar quanto à condenação ligada às políticas industriais adotadas durante o governo de Dilma Rousseff. O relatório com a condenação do País por subsídios irregulares se tornará público em 30 de agosto.

“O relatório é confidencial até que saia. Acho que o governo brasileiro está olhando, pois já conhece o teor do relatório, que foi entregue às partes anteriormente. Agora é só a publicação”, disse Azevêdo, na saída do Ministério da Fazenda, em Brasília, após reunião com o ministro Henrique Meirelles. “A partir daí, cabe ao governo fazer recursos ao órgão de apelação e ver o resultado. Só aí se terá mais clareza sobre o que fazer em termos de ajustes nos programas”, acrescentou.

Pela manhã, em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Azevêdo já havia falado a jornalistas a respeito do processo contra o Brasil na OMC, conforme publicou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Azevêdo também afirmou, após o encontro com Meirelles, que as reformas econômicas no País “foram bem recebidas em Genebra, inclusive no próprio exame de avaliação do Brasil”. “Vários países fizeram referência aos movimentos de reforma no Brasil de maneira positiva. Não é a organização propriamente que reage, mas os membros da OMC. E muitos se referiram de forma elogiosa ao fato de o Brasil estar no caminho de reformas.”

O diretor-geral da OMC disse ainda que, quanto maior a estabilidade política e econômica no País, mais fácil é a atração de investimentos. “Não há dúvidas quanto a isso. Mas o momento não é ruim para atrair investimentos, até porque as taxas de juros internacionais continuam baixas. Há ainda certo movimento de capital em busca de melhores remunerações”, acrescentou.