04/09/2017 - 19:15
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, condenou hoje (4) os atos de vandalismo praticados na Praça Quinze de Novembro, no centro do Rio de Janeiro, durante uma festa que começou às 16h de sábado (2) e terminou às 5h de domingo (3).
Organizada pelo skatista Ademar Lucas, o evento, intitulado Baile do Ademar, tinha mais de 7 mil presenças confirmadas no Facebook e oferecia ao público, além de música, pistas de skate e grafite. No dia seguinte, a histórica praça amanheceu coberta de lixo e com muitos cacos de vidro pelo chão, chegando a dificultar a passagem dos pedestres.
As fachadas do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), e do Paço Imperial, edifício construído no século 18, foram alvos de pichações. O Paço Imperial é um prédio tombado desde 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), instituição vinculada ao Ministério da Cultura.
“Lamentavelmente, o Paço Imperial, que estava impecável, foi pichado por vândalos. Nada contra festas e celebrações, mas isso é um crime contra o patrimônio histórico brasileiro”, disse Sá Leitão, que foi à Praça Quinze avaliar a dimensão da depredação.
O ministro conversou com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, sobre as providências cabíveis para identificação e punição dos responsáveis. O Iphan foi orientado a cobrar, dos organizadores da festa, o custo da restauração do Paço Imperial. “Para que a sociedade não arque com essa conta, solicitei ao Iphan que cobre a restauração dos organizadores do evento”, disse Sá Leitão.
Em seu perfil no Facebook, o skatista Ademar Lucas publicou uma nota em que reconhece os atos de vandalismo ocorridos na festa que organizou. “A pichação em edificações públicas, infelizmente aconteceu durante o Baile, contrariando o nosso discurso que é afirmativo e em prol do uso efetivo e consciente da cidade. Qualquer ação que vá contra a preservação do patrimônio, nós condenamos. Estamos em busca de diálogo e cooperação com os órgãos responsáveis e com os prejudicados para reverter nosso erro”, diz a nota.
Paço Imperial
Um dos marcos da história da cidade do Rio de Janeiro, o Paço foi inaugurado em 1743, após dez anos de construção, e inicialmente foi usado como Casa dos Vice-Reis do Brasil. Com a chegada da Corte de D. João VI, ao Rio de Janeiro, em 1808, tornou-se Paço Real e sede dos governos do Reinado e do Império.
Após a Proclamação da República, em 1889, abrigou a Agência Central dos Correios e Telégrafos. Restaurado nos anos 1980, hoje funciona como centro de exposições e eventos, além de sede da Biblioteca Paulo Santos.