A taxa de câmbio já não afeta tanto o crescimento como no passado, o que dá algum alívio para que os se preocupam com a possibilidade de que a tendência de força do euro prejudique a perspectiva econômica da zona do euro, afirmou hoje Benoît Coeuré, integrante do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE).

Coeuré, que falou durante discurso em Frankfurt, também previu que a política monetária da zona do euro continuará acomodatícia por uma período mais longo de tempo.

“Em relação a choques de demanda do passado, a política ficará mais acomodatícia por mais tempo, evitando, assim, o repasse de qualquer apreciação do dólar ligada ao crescimento”, disse Coeuré. “E como a atual recuperação na zona do euro é principalmente propiciada pela demanda doméstica, a força do euro deverá ter impacto menor no crescimento do que, por exemplo, depois da grande crise financeira.”

Os comentários de Coeuré vêm depois de o BCE manter sua política monetária inalterada, na última quinta-feira (07), mas reiterar que provavelmente decidirá sobre o futuro do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) em outubro.

Na ocasião, o presidente do BCE, Mario Draghi, ressaltou que a volatilidade do euro é um fator de preocupação e que a instituição havia reduzido sua projeção de inflação para refletir o fortalecimento da moeda única.

Ainda de acordo com Coeuré, “choques externos à taxa de câmbio, se persistentes, podem levar a um aperto injustificável das condições financeiras, com consequências indesejáveis para a perspectiva de inflação”. Fonte: Dow Jones Newswires.