14/09/2017 - 11:28
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reforçou nesta quinta-feira, 14, que a recuperação da economia é nítida e está se acentuando e citou diversas medidas econômicos que indicam esse processo durante seu discurso no prêmio Empresas Mais, do Grupo Estado. Ele também voltou a afirmar que, segundo as projeções do governo, o Brasil deve crescer 2,7% no quarto trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto ante o terceiro trimestre o País deve crescer 3,2% em termos anualizados.
“Significa que estaremos entrando em 2018 com 3,2% de alta do PIB, indicando um crescimento forte. Tivemos uma queda de PIB de 3,6% no ano passado, então um crescimento de 3,2% é bem substancial”, disse Meirelles.
Segundo ele, o consumo de bens duráveis, assim como o investimento em bens duráveis já começou a subir depois de um longo período de queda. “Investimento no setor imobiliário é o que está mais problemático.”
Meirelles também afirmou a melhora em alguns setores industriais, como o têxtil, o de metalurgia e o automobilístico.
Além disso, o ministro citou a recuperação do setor de crédito. “O nível de endividamento das empresas aparentemente se estabilizou e já há sinalização de que estão tomando crédito.”
Ele também celebrou o início do processo de recuperação do emprego. “Há medidas que mostram que está caindo o desemprego. A tendência é de que siga essa trajetória de queda. Isso é muito importante por questões de consumo. Já estamos vendo nessa área um melhor desempenho, apesar do desemprego ser uma questão defasada.”
Previdência e despesas públicas
O ministro da Fazenda disse ainda que as despesas primárias estão dentro do teto de gastos em 2017 e 2018, mas que a reforma da Previdência é importante para que esse limite de gastos seja viável no longo prazo.
Meirelles estimou que as despesas públicas em proporção do PIB está em 20% atualmente, de 10,5% em 1991, e pode chegar a 40% em 10 anos se a reforma da Previdência não for implementada.
Ele reforçou que a crise brasileira e seu atual estágio de recuperação são determinados por fatores domésticos. “Estamos em um momento importante, positivo, porque a economia brasileira está saindo da recessão. O importante é que não acontece por acaso, por um fenômeno cíclico, ou por componentes externos. Não houve grandes mudanças na economia internacional nos últimos anos, que entrou em trajetória de recuperação em 2009. A situação brasileira acontece por questões domésticas. O maior problema do Brasil era a trajetória fiscal.”
O ministro também voltou a creditar a frustração com a arrecadação aos últimos anos de recessão e à queda da inflação. “A inflação está abaixo da meta dois pontos, o que facilita a recuperação da economia, retoma o poder de compra e dá espaço para o Banco Central na política monetária, mas tem a parte negativa, pois afeta a questão fiscal de curto prazo.”
Meirelles discursou na abertura do prêmio Empresas Mais. O ranking, elaborado em parceria com a Austin Rating e Fundação Instituto de Administração (FIA), elege as empresas mais eficientes em 22 setores da economia e por região; traz os resultados de uma pesquisa que apresenta as melhores práticas em Governança Corporativa; e apresenta o maior ranking existente – são mais de 1.500 empresas do setor produtivo e de serviços financeiros.