O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta quinta-feira, 14, que o interesse da instituição de fomento no frigorífico JBS é “estabelecer uma governança profissional”. Para isso, ele disse que irá trocar dois dos conselheiros da empresa ligados ao banco.

O BNDES tem direito a dois assentos no conselho de administração da companhia e a alteração tem por objetivo ampliar a influência sobre as futuras decisões da empresa. Dentre elas, será o conselho de administração da empresa que tomará a decisão sobre a sucessão do presidente da JBS, Wesley Batista, preso preventivamente na última quarta-feira.

“Temos direito a dois assentos no conselho. Neste momento estamos alterando os dois nomes que são nossos. Queremos, sim, influir nos outros dois nomes que constituem os conselheiros independentes, que eventualmente podem ser trocados. Eventualmente, queremos influir indiretamente na escolha da diretoria financeira da empresa”, afirmou Rabello, após participar de seminário promovido pela Associação Brasileira de Consultores de Engenharia (ABCE), no Rio.

Após aportes bilionários durante os governos do PT, para apoiar a internacionalização da JBS, o BNDES ficou com uma participação de 21,3% da companhia. Em agosto, o banco pediu uma assembleia de acionistas para tirar a família Batista da administração do frigorífico.

Presidência

Rabello negou que seja pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2018. “Sou candidato a fazer um bom trabalho no banco”, disse Rabello, após participar do seminário. Em entrevista ao canal por assinatura GloboNews, no mês passado, Rabello confirmou que recebeu convite para ser candidato, mas que, no momento, dedica 100% de seu tempo ao BNDES.

Ajuste fiscal

Rabello de Castro voltou a cobrar nesta quinta-feira um ajuste fiscal mais forte nas contas públicas. Ele defendeu que se persiga o equilíbrio nominal das contas, levando em conta gastos com juros, e que se preservem os investimentos públicos.

“O orçamento deveria ser o orçamento nominal da República e não o primário”, afirmou Rabello. Ele elogiou a mudança na Constituição Federal para criar o teto no crescimento dos gastos públicos do governo federal, mas lamentou o fato de o investimento não ser uma “cláusula pétrea”. “O investimento tem que ser mandatório, e o custeio é o que der”, disse Rabello.