12/10/2017 - 17:34
Após participar do controverso anúncio da marca de cosméticos Dove, a modelo negra Lola Ogunyemi defendeu a campanha publicitária, acusada de racismo nas redes sociais. Em artigo publicado no jornal britânico “The Guardian”, ela afirma não se considerar uma “vítima silenciosa” e argumenta que as imagens que circulam na web foram mal-interpretadas.
Em um vídeo de 13 segundos, compartilhado na página da Dove Estados Unidos, Lola tira uma camiseta cor de pele para revelar-se uma mulher branca. Internautas replicaram a hashtag #BoycottDove nas redes sociais, o que fez com que a empresa removesse o vídeo e emitisse um pedido de desculpas.
“Se eu percebesse a menor inclinação de que seria retratada como inferior, ou como o ‘antes’ em uma imagem de ‘antes e depois’, seria a primeira a dizer um enfático ‘não’”, escreveu Lola sobre o assunto. “É algo que vai contra tudo que eu acredito”.
Segundo ela, o vídeo completo, que circulou na TV com 30 segundos, “faz um trabalho melhor em passar a mensagem da campanha, alta e clara”. Nesta versão, aparecem sete mulheres de diferentes raças e idades. Para Ogunyemi, as imagens da campanha que viralizaram no Facebook e no Twitter não contextualizam a visão criativa da publicidade.
“Ainda que eu concorde com a resposta da Dove em se desculpar por qualquer ofensa causada, eles também poderiam ter defendido sua visão criativa, e a escolha de me incluir, uma mulher negra de pele escura, como rosto da campanha. Não sou apenas uma vítima silenciosa de uma campanha equivocada. Sou forte, sou linda e não serei apagada”, concluiu ela no artigo.
A modelo enfatizou ainda que teve uma experiência positiva com a equipe da Dove e que todas as mulheres de diferentes etnias que participaram do comercial estavam animadas em “se transformarem umas nas outras”. Ogunyemi ressaltou ainda que sua família e amigos amaram a campanha, da qual se disse orgulhosa.