Os ministros do Tribunal de Contas da União aprovaram a convocação para audiência de ex-gestores e ex-diretores da Petrobras apontados como “possíveis responsáveis” por um prejuízo de US$ 9,5 bilhões referentes ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), construído pela estatal.

Os danos estimados resultam da inspeção do TCU, entre outubro de 2015 e abril de 2016, informou o site da Corte de contas.

Localizado no município de Itaboraí (RJ), o Comperj começou a ser construído em 2008, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As obras também são alvo de investigação da Operação Lava Jato.

O Tribunal utilizou como base um estudo produzido pela própria Petrobras e chegou ao valor global de US$ 12,5 bilhões, dos quais aproximadamente US$ 9,5 bilhões seriam “atribuíveis aos ex-dirigentes”.

Na fiscalização, a Corte de Contas identificou indícios de gestão temerária, “caracterizada por decisões desprovidas das cautelas necessárias”, que resultaram em um “empreendimento inviável economicamente”, ressaltou em voto o relator do processo, ministro Vital do Rêgo.

Entre os indícios, o ministro destacou projeto conceitual indefinido, evolução inadequada do projeto, análise de riscos negligenciada, indefinição de parcerias essenciais à viabilidade do processo, indefinição de estratégia de licenciamento ambiental e antecipação de gastos incompatíveis com o projeto.