Os ex-governadores do Rio Anthony Garotinho (PR) e Rosinha Garotinho (PR) e mais sete pessoas foram presos na manhã desta quarta-feira, 22, apontados pelo Ministério Público Eleitoral como suspeitos de crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais.

A Polícia Federal também cumpre dez mandados de busca e apreensão, que incluem operações nas casas dos acusados. Os mandados foram expedidos pela Justiça Eleitoral do município de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, reduto eleitoral do casal Garotinho. Participam da operação 50 policiais federais nos municípios do Rio, Campos e São Paulo.

A PF informa que durante as investigações foram identificados elementos que apontam “que uma grande empresa do ramo de processamento de carnes teria firmado um contrato fraudulento com uma empresa sediada no município de Macaé para prestação de serviços na área de informática”.

“Suspeita-se que os serviços não eram efetivamente prestados e que o contrato, de aproximadamente R$ 3 milhões, serviria apenas para o repasse irregular de valores para utilização nas campanhas eleitorais”, informou a PF.

Outros empresários também disseram à PF que o ex-governador cobrava propina nas licitações da prefeitura de Campos, exigindo o pagamento para que os contratos fossem honrados pelo poder público daquele município. Um ex-secretário municipal também foi preso. “Após os procedimentos de praxe, os presos serão encaminhados ao sistema prisional do Estado, onde permanecerão à disposição da Justiça”, disse a PF, por meio de nota.

A investigação é um desdobramento da Operação Chequinho, que apura fraude com fins eleitorais no programa Cheque Cidadão por Garotinho. Ele já havia sido preso duas vezes, desde 2016, por acusações de corrupção. A assessoria do ex-governador informou que Garotinho foi preso no Rio, onde tem apartamento no bairro do Flamengo, na zona sul. Já Rosinha teria sido presa em Campos e levada para a sede da PF no município.

Defesa

Em nota, a assessoria do político disse que “querem calar o Garotinho mais uma vez” e que o ex-governador atribui a operação “a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo” por ter denunciado um esquema envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e irregularidades supostamente praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter.

Garotinho se diz inocente, assim como os demais acusados na operação desta quarta-feira, e ainda diz que é ameaçado pelo presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani, que nesta terça-feira, 21, voltou à cadeia.