Um pedaço de 10 m² do teto da marquise do Parque do Ibirapuera, na zona sul paulistana, caiu na noite desta quarta-feira, 22, sem deixar feridos. Naquele momento, alguns patinadores e skatistas estavam no local, e publicaram imagens do incidente nas redes sociais. A Prefeitura isolou a área, realizou uma primeira vistoria visual em que descartou risco de novas quedas e fará uma investigação sobre a estrutura da marquise do parque, cartão-postal da cidade. Os reparos da área danificada devem começar em até 30 dias.

Segundo o secretário municipal de Obras e Serviços Urbanos, Marcos Penido, o pedaço do teto que caiu é uma manta que tem funções estéticas: serve para “esconder” a estrutura da marquise, que aparenta estar intacta. “Fizemos uma vistoria visual em toda a marquise e verificamos que é uma questão muito pontual. O pedaço que destacou é componente de uma laje de fechamento, que funciona como um estuque: só tem função de fechar”, afirma.

“Houve um destaque bem na junção com a viga. Uma fadiga de material”, continuou o secretário. Penido afirma que uma investigação mais detalhada, nas estruturas da marquise, será feita nos próximos dias, com uso até de equipamentos de raio X, para verificar as estruturas.

Paralelamente, a Prefeitura deve iniciar os reparos na estrutura caída em até 30 dias, tão logo contrate uma empresa para o serviço. A marquise do Ibirapuera já tem, há três anos, um buraco semelhante, próximo do Pavilhão das Culturas Brasileiras, também isolado por grades. Há ainda dois pontos com vazamentos de água.

Penido diz que, ao se iniciarem os serviços de reparo no novo buraco, serão feitos também os serviços de restauro nas outras áreas. “Identificamos dois problemas ali na junta de ligação, então pedimos para fazer serviço de desobstrução de sistema de água pluvial e vamos fazer a substituição pontual desses dois pontos onde apareceram o problema”, afirma.

A marquise, construída em 1954, havia passado por reforma de dois anos, de 2010 a 2012, ao custo de R$ 15 milhões. A qualidade dos serviços chegou a ser alvo de investigação do Ministério Público Estadual (MPE), que até o momento não moveu ação contra a Prefeitura nem contra a empresa RR Compacta, que executou os serviços. A reportagem não conseguiu contato com a empresa nesta quinta-feira, 23.

Reações

Os frequentadores que usam a área sob a marquise para praticar esportes – o local é famoso por atrair skatistas e patinadores – demonstram receio. “Quem anda de patins tem de driblar esses vazamentos com água no chão para não escorregar”, diz Rodolfo Alves da Silva, patinador de 37 anos.

Ele estava a 100 metros do ponto da queda da estrutura. “Tinha um skatista passando na hora. Ele disse que viu pedrinhas caindo e, quando parou para ver, o bloco quase caiu em cima dele. O pedaço chegou a atingir o skate e até arranhou. Foi questão de um passo.”

A preocupação é também da dona de casa Pamela Thaís Silveira, de 21 anos, que diariamente leva a filha Heloísa, de 1 ano, para brincar no parquinho – a 20 metros da área onde parte do teto desabou. “Vai saber se não tem outro lugar com risco de queda também? É perigoso. Imagina se cai no fim de semana, quando esse pavilhão fica lotado. Teria sido muito pior.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.