13/12/2017 - 14:43
O governo federal não deve colocar a reforma da Previdência para votação se não tiver os votos necessários para aprovação da pauta, avalia o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. “A estratégia de ‘tudo ou nada’ não é boa em qualquer situação”, declarou Dyogo a jornalistas, após participar do “Fórum Estadão – Infraestrutura: Investimentos e Geração de Empregos”, realizado nesta quarta-feira, 13, na capital paulista.
O governo, explicou o ministro, está fazendo esforços para votar a proposta “o quanto antes”. A base governista tem buscado levantar os 308 votos necessários, mas Dyogo reconhece que a pauta só deve ir ao Plenário da Câmara quando o número estiver garantido. “Temos de por a Previdência em votação no momento em que avaliarmos viável a aprovação.”
Crescimento econômico
A sustentabilidade do ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2017, assim como a perspectiva de aceleração da atividade econômica nos próximos anos, está diretamente condicionada à aprovação da reforma da Previdência, declarou Dyogo Oliveira.
“O cenário econômico de crescimento que temos projetado para o País hoje está baseado na realização de reformas que o governo tem defendido. À medida que não avance, é evidente que haverá uma correção destas expectativas”, afirmou Dyogo. “A reforma da Previdência é o principal divisor de águas entre crescimento alto ou baixo do PIB nos próximos anos.”
A Previdência Social, ressaltou o ministro, ocupa atualmente 57% das despesas do orçamento federal. “Hoje, a principal despesa do governo é a Previdência e também é a despesa que mais cresce”, disse. Sem a implementação da reforma, o horizonte da trajetória dos gastos previdenciários é de crescimento para além da capacidade de pagamento do governo.
“No limite – evidentemente não queremos que chegue a este ponto -, a Previdência pode ocupar de 80% a 85% do orçamento num horizonte de 20 a 25 anos”, explicou o ministro do Planejamento.
Questionado sobre a pressão que a folha de pagamentos dos servidores públicos exerce sobre o orçamento, Dyogo explicou que a despesa está na casa dos 10% e que este nível “não é tão elevado”.