O agora ex-ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira, usou as redes sociais para divulgar a carta de demissão que foi entregue hoje de manhã ao presidente Michel Temer. No texto, o presidente do PRB diz que o partido continuará apoiando o governo do peemedebista. “Eu e o meu partido, o PRB, apoiamos as reformas e continuaremos apoiando tudo aquilo que for bom para o País”, escreveu. “Fico lisonjeado pelo convite para continuar no cargo até 31 de dezembro, porém preciso deixar o ministério para poder me dedicar a questões pessoais e partidárias.”

Bispo licenciado e presidente nacional do PRB, Pereira estava à frente da pasta desde maio de 2016, quando Temer assumiu interinamente a Presidência da República com o impeachment de Dilma Rousseff.

NO texto, o agora ex-ministro diz que o quando assumiram o governo estava “falido e despedaçado” e “com coragem enfrentamos os desafios que foram impostos”. “Hoje observamos que o país encontrou seu curso novamente”, afirma. Ele também cita que quando assumiu foi criticado pela imprensa que por ser “um pastor não terá condições de exercer destacada função”. “Mas os avanços nesses 20 meses de trabalho incansável provaram que o problema do Brasil não é a fé das pessoas, que é de foro íntimo, mas a vontade de cada uma para servir e realizar”.

Pereira destaca ainda que durante sua gestão no MDIC não fez grandes mudanças estruturais para acomodar aliados. “Espero ter honrado o setor produtivo brasileiro, o meu partido, o PRB – desde a Executiva Nacional, as bancadas federais, estaduais cada um dos filiados do imenso Brasil – e aos meus colegas ministros. Despeço-me”, escreveu.

Prestação de contas

No texto, Pereira lista algumas das ações que fez durante sua gestão e lamenta não ter entregado uma política automotiva compatível com a “grandeza e importância” dessa cadeia produtiva. Na lista de realizações, Pereira destaca, por exemplo, a renovação por 5 anos do acordo bilateral automotivo com a Argentina. “Fortalecemos os laços com o nosso principal parceiro na América do Sul”, diz.

Pereira também escreve que deixa a pasta com o acordo entre União Europeia e Mercosul muito próximo de se concretizar. “Na Argentina, em dezembro, demos o passo mais significativo nesta negociação que se arrasta há 17 anos”.