14/01/2018 - 8:08
O vigilante Eriomar Batista, de 36 anos, espera há quase nove anos para comprar a casa própria pelo Minha Casa Minha Vida. Nesse período, conheceu sua mulher, a auxiliar de serviços gerais Erika Ferreira, de 27 anos, com quem casou e teve uma filha, Laura, de 7 anos. Desde então, o casal sonha em deixar o “puxadinho” nos fundos da casa do pai de Batista onde mora, em Samambaia, cidade-satélite a 32 quilômetros de Brasília.
“Temos esperança de que vamos conseguir, ainda mais neste ano de eleição. Eles querem o que este ano? Se reeleger. Se querem se reeleger, têm de conquistar o eleitor. Como é que conquista? Dando alguma coisa em troca. O negócio é a casa própria”, diz Erika.
O vigilante se inscreveu no Minha Casa em agosto de 2009, ano em que o programa foi criado pelo governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Naquele mesmo mês, ele conheceu Erika, com quem se casou. Ela foi incluída no programa anos depois. Nesse tempo de espera, Batista, o mais novo de quatro filhos, já viu dois dos três irmãos serem contemplados pelo programa.
O puxadinho em que o casal mora foi construído pelos pais do vigilante. O espaço tem quatro cômodos: sala, cozinha, banheiro e um quarto, que os dois são obrigados a dividir com a filha, que dorme em um berço, pela falta de espaço para uma cama. “Queremos uma coisa nossa. Isso é para gente solteira, não é para casal”, diz Erika.
Ela e o marido acreditam que neste ano as chances de eles serem chamados são maiores. O otimismo se deve à posição na fila, que acompanham todos os dias por um aplicativo no celular. Na quinta-feira, estavam no número 5.663. Um ano antes, estavam entre o 15.000 e o 16.000.
O casal conta que, em 2010, chegaram a ligar para a Caixa para tentar financiar um apartamento de R$ 90 mil, sem ser pelo Minha Casa Minha Vida. O negócio, porém, nunca pode ser fechado, pois eles não tinham os R$ 19 mil de entrada exigidos pelo banco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.