17/01/2018 - 17:02
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara do Distrito Federal, pediu que a defesa de Lúcio Funaro apresente à Justiça novas informações da fiscalização do ambiente onde o corretor financeiro cumpre prisão domiciliar desde dezembro do ano passado, no interior de São Paulo, em Vargem Grande do Sul.
Leite pede que a defesa entregue um novo mapa de cobertura das câmaras instaladas onde ele cumpre o regime domiciliar, com indicação do local onde estão instalados os aparelhos, e cobra também os registros da monitoração eletrônica feitos desde o primeiro dia da domiciliar até 31 de dezembro.
O juiz ainda requer que o Núcleo de Segurança da Seção Judiciária do DF seja consultado sobre a possibilidade de se fazer a fiscalização das condições exigidas a Funaro para sair da Papuda.
O pedido surgiu de uma constatação do juiz de que as imagens do “mapa” de câmeras apresentadas pela defesa de Funaro não abrangiam toda a área ocupada na prisão domiciliar, e de que alguns dos vídeos enviados não puderam ser visualizados.
O magistrado ainda reclama que a Justiça está tendo dificuldades “operacionais” para a monitoração eletrônica diária da prisão do corretor, e pede o auxílio do Núcleo de Segurança da Seção Judiciária do DF, que teria, na visão do juiz, estrutura e servidores com experiência na monitoração.
“Haja vista o reduzido quadro de servidores disponíveis e a inexistência nesta Unidade de sala com monitores que operem diuturnamente e em número suficiente, bem como a ausência de corpo de segurança que avalie a adequação das câmeras, quanto ao número necessário de aparelhos, locais de funcionamento, qualidade das imagens e ângulo de cobertura, para proporcionar melhor fiscalização da prisão domiciliar”, aponta Leite ao pedir ajuda do Núcleo de Segurança.
Funaro foi liberado da Papuda sob as condições de monitoramento eletrônico por meio de câmeras na fazenda onde ele está instalado. Ele também deve enviar à Justiça, mensalmente, os registros eletrônicos da fiscalização.
O corretor celebrou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República na reta final do mandato do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Ele implicou políticos e empresários nas suas revelações, entre eles o presidente Michel Temer e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.