19/01/2018 - 8:08
A posição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de não realizar em São Paulo um dos cinco debates previstos no processo de prévia interna com o também pré-candidato tucano à Presidência da República, Arthur Virgílio, levou o prefeito de Manaus a anunciar posições firmes sobre assuntos caros aos tucanos e ao mundo político.
Disposto a ir para o “tudo ou nada”, Virgílio adotou uma agenda liberal na economia e nos costumes para se contrapor a Alckmin. O prefeito defende a expulsão dos tucanos que votarem contra a reforma da Previdência e a privatização da Petrobras. Nos costumes, passou a questionar a disposição de Alckmin de debater, diante de seu eleitorado, temas polêmicos de qualquer campanha presidencial, como legalização do aborto e a descriminalização da maconha.
“Como Alckmin vai responder a essas questões? Vai se posicionar ou ficar em cima do muro? Eu digo: sou a favor da legalização do aborto, da descriminalização da maconha e da união homoafetiva. E também defendo publicamente a privatização da Petrobrás, diferentemente dele. Por isso, quero um debate amplo e aberto para que todos os filiados possam decidir quem deve disputar o Planalto. Alckmin não é um candidato indiscutível”, afirmou.
O paulista é, na visão de Virgílio, a escolha da “mesmice” contra a “ousadia” que representaria o seu nome. “Mas há pessoas no PSDB que preferem perder a ver o eixo do partido se deslocar.” Essa eventual derrota, que seria a quinta consecutiva na busca pelo retorno tucano à Presidência, passa, ainda, segundo o prefeito, pela falta de apoio à reforma da Previdência.
“Não dá para aceitar metade da bancada na Câmara dos Deputados votar contra. Quem tem o comando do partido deve interferir nisso. O PSDB tem como uma de suas bandeiras a reforma da Previdência. Quem está preocupado com voto, com eleição, que saia. Se eu tivesse o comando, expulsaria”, disse Virgílio.
O calendário de debates entre Alckmin e Virgílio ainda não está definido, assim como o formato a ser adotado, se com pergunta, resposta e réplica, por exemplo, ou um modelo mais livre, como quer o prefeito. Também não se sabe ainda quem poderá votar – a legenda tem 800 mil filiados. A única definição, por enquanto, é que a prévia vai ocorrer em 4 de março. Virgílio quer marcar debates extras, mesmo sabendo da ausência do governador. “Ele pode não ir, mas eu vou.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.