28/01/2018 - 22:56
Um mapa que mostra rotas usadas pelos usuários de um aplicativo de fitness revela informações potencialmente sensíveis sobre pessoal militar aliado e americano em lugares como Afeganistão, Síria e Iraque.
Enquanto algumas bases são conhecidas por grupos inimigos, o mapa também revela o que parecem ser rotas de saída das bases, informação que pode ser utilizada para planejar ataques, ou emboscadas.
Elaborado pelo Strava Labs, o mapa revela os movimentos de seus usuários pelo mundo, indicando a intensidade de uma travessia ao longo de determinada rota. É uma “visualização direta da rede global de atletas do Strava”, indica o app.
O mapa do Iraque aparece, por exemplo, escuro em sua maioria, indicando o uso limitado do app do Strava, mas uma série de bases militares conhecidas – onde estão instaladas as forças da coalizão americana que luta contra o Estado Islâmico (EI) – se sobressai com detalhe. Entre elas, Taji, ao norte de Bagdá; Qayyarah, ao sul de Mossul; Speicher, perto de Tikrit; e Al-Assad, na província de Anbar.
O app também ressalta sítios menores no norte e no oeste do Iraque, indicando a presença de outras instalações menos conhecidas.
O mesmo acontece no Afeganistão, onde a base aérea de Bagram, ao norte de Cabul, é um centro de atividades, assim como várias outras locações no sul do país. E, na Síria, Qamishli, no noroeste, um baluarte das forças curdas aliadas dos Estados Unidos, aparece claramente visível.
O analista de segurança Tobias Schneider – um dos que descobriram que o mapa mostrava bases militares – notou que apareciam instalações do Exército na Síria, assim como a base Madama usada pelas forças francesas no Níger.
O Departamento americano da Defesa (DoD) disse que está “revisando” a situação.
“Informação recente enfatiza a necessidade de ter consciência de localização quando militares compartilham informação pessoal”, disse a porta-voz do Pentágono, major Audricia Harris, à AFP.
“O DoD leva muito a sério assuntos como esse e está revisando a situação para determinar se são necessários” guias, ou políticas adicionais, para garantir “a segurança do pessoal de defesa em casa e no exterior”, acrescentou.
O Pentágono “recomenda limitar os perfis públicos na Internet, incluindo as contas pessoais nas redes sociais”, indicou Harris.