13/02/2018 - 8:55
Não é de hoje que as marchinhas unem corações por toda a vida. Foi em um baile de carnaval de uma cidade no interior mineiro que Loreny Apparecida Ciccetto, de 83 anos, e Altino Palhares, de 88, dançaram pela primeira vez. “Foi em 17 de fevereiro de 1958”, crava ela. “Caiu na segunda-feira de carnaval.”
Em Jacutinga, o carnaval acontecia em bailes organizados por clubes. Loreny estava com quatro amigas no salão, quando entrou Palhares e a convidou para dançar. “Todas queriam dançar com ele”, lembra.
Mas naquele carnaval de 1958 Palhares não tinha intenções de curtir o bailinho. Ele estava com amigos em Ouro Fino, município próximo. O grupo acabou sendo expulso da cidade pela polícia, que os obrigou a partir. “Eles pegaram o ônibus e pararam um pouco em Jacutinga, onde havia uma pausa para seguir viagem. Ele lembrou que tinha parentes ali e aproveitou o intervalo para descer do ônibus e dar um abraço. Mas os parentes acabaram insistindo para o Altino ficar em Jacutinga”, diz a professora aposentada.
No dia seguinte àquela dança, o reencontro foi na pracinha da cidade. Os dois só se voltariam a se ver de novo 40 dias depois, na Semana Santa. “Fiquei insegura porque ele voltou para São Paulo, onde morava, e eu para Socorro (interior de São Paulo), mas não trocamos endereços. Voltei para Jacutinga na Páscoa esperando reencontrá-lo, mas pensava: Será que ele vai?”, conta Loreny. Ele voltou e os dois começaram a namorar, à base de correspondências e encontros eventuais.
Até que, em 1961 se casaram. Nas décadas seguintes, passaram a pular carnaval em Jacutinga sempre acompanhados: a cada folia, mais filhos e netos iam conhecer o local onde os patriarcas começaram o namoro.
Votos renovados
Já por 42 anos o microempresário Jairo Garófalo, de 60 anos, e sua mulher Elisabete Delponto Garófalo, de 57, desfilam juntos em blocos de Araraquara, interior paulista. “E em cada um renovamos os votos de amor para sempre. Continuamos unidos na vida e na folia”, conta Jairo. Eles se conheceram em um baile carnavalesco no Clube Palmeirinha, em 1976. Dançaram juntos e nunca mais se largaram. Ele diz que o casamento não mudou a disposição. “Não deixamos mais de participar do carnaval, desfilando em blocos e escolas de samba da cidade. Nossas filhas, a Marina e a Jordana, sempre nos acompanharam nos bailes e matinês. Hoje vemos que a Luiza (neta), embora pequena, também já gosta de vestir a fantasia.” Este ano, o casal desfila em um bloco de amigos. “É uma brincadeira gostosa. Esperamos que possamos continuar nos divertindo por muitos anos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.