19/02/2018 - 21:46
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que a operação militar iniciada na noite de hoje (19) no Rio de Janeiro faz parte das ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) já planejadas como desdobramento do Plano Nacional de Segurança Pública, iniciado no ano passado. Segundo ele, o bloqueio das rodovias que dão acesso ao estado que está sendo feito neste momento por um efetivo de 3 mil pessoas, não faz parte da intervenção federal decretada na última sexta-feira (16).
Segundo ele, embora o general Walter Braga Netto seja a autoridade máxima do Comando Militar do Leste, este posto tem funções diferentes da de interventor, que ele deve assumir efetivamente nos próximos dias.
“Cria-se uma confusão entendendo-se que se trata de uma intervenção militar, quando é federal e de cunho civil. Não é o fato de que o interventor é federal que ele manda, por ser interventor, nas questões militares”, explicou o ministro.
De acordo com Raul Jungmann, o Comando Militar está submetido ao Estado-Maior das Forças Armadas. Já a intervenção é um ato de natureza política e administrativa. Assim como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, Braga Netto terá autoridade sobre as equipes estaduais no âmbito da segurança, mas se reportará diretamente ao presidente da República.
“Uma outra coisa é o que chamamos de Garantia da Lei e da Ordem. Que não diz respeito a questões político-administrativas, mas ao emprego das Forças Armadas”, esclareceu, acrescentando que a operação conjunta que ocorre nesta segunda-feira foi planejada previamente e faz parte da GLO.
O ministro disse que a ação no entorno do estado carioca vai continuar durante a madrugada e deve durar pelos próximos dois dias (LINK). “Nas rodovias, a intenção principal é evitar roubo de cargas, não permitir que haja descaminho, contrabandos, assaltos, tráfico de armas e drogas. E [essa operação] já não é novidade, já foram feitas várias e várias dessas ações. Mas essa tem uma enorme amplitude porque fecha todo o Rio em torno de rodovias e o entorno de acesso ao estado”, detalhou.
Segundo Raul Jungmann, o interventor deve elaborar um diagnóstico sobre a situação no estado e encaminhar a Temer, com o objetivo de tomar as decisões com “a maior brevidade possível”. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo federal poderá remanejar dinheiro de outras áreas para ser utilizado na intervenção.