O Brasil só conseguirá retomar o grau de investimento se “melhorar a questão do crescimento e se tratar o desafio fiscal de forma mais acelerada”, segundo a diretora da S&P Global Ratings, Lisa Schineller. “Olhamos as medidas práticas e não só as promessas”, acrescentou, ao participar do evento ‘Latin America Investment’, no Rio.

Segundo a executiva a revisão da atual nota de crédito soberano atribuída ao País, BB-, “vai depender muito da classe política”. Em sua palestra, Lisa destacou as incertezas que envolvem as eleições deste ano. Portanto, pesam contra o Brasil a economia, a vulnerabilidade fiscal e a dificuldade do atual governo de acelerar as reformas, além do cenário político de curto prazo.

Em contrapartida, a diretora da S&P destacou como positivo o funcionamento de instituições fiscalizadoras, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a “imprensa livre”. Ela ainda elogiou a relação entre endividamento e reservas e a política de câmbio flutuante.

A projeção para os países da América Latina, incluindo o Brasil, é de manutenção das atuais classificações nos próximos meses.

“O desafio para o Brasil é que o governo não pode aumentar impostos. A solução está no controle rígido dos gastos, estar em conformidade com o teto dos gastos”, disse Lisa, acrescentando que, além disso, o País tem crescido menos que vizinhos latino-americanos. “A avaliação da estrutura econômica é de fraqueza”, afirmou.