02/03/2018 - 15:55
O Ministério da Cultura oficializou hoje (2) a lista final de eventos que vão integrar o programa Rio de Janeiro a Janeiro, uma parceria entre os governos federal e estadual e a prefeitura do Rio, que tem como objetivo estimular a geração de renda, emprego e inclusão a partir da economia criativa, impulsionando o desenvolvimento da cidade e do estado.
Na avaliação final, que contou com a colaboração da Fundação Getulio Vargas (FGV), foram analisados 617 eventos. Destes, 154 superaram os critérios adotados e foram considerados excelentes em termos de impacto e de retorno econômico e social. Os demais projetos também integram o calendário oficial de eventos.
O anúncio foi feito pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, em solenidade no Museu de Arte do Rio (MAR). Segundo Sá leitão, os 154 projetos mais bem avaliados têm potencial para injetar até R$ 13,2 bihões na economia e gerar 351 mil empregos no estado. Tais propostas serão chancelados pelo programa e poderão participar de rodadas com empresas estatais em busca de patrocínio. Destes eventos, 62% são culturais, 26% esportivos e 12%, corporativos. O Rio será sede de 128 deles, o que equivale a 83% do total, e 26 terão lugar em outras cidades (17%).
Além de injetar R$ 13,2 bilhões na economia e gerar cerca de 351 mil empregos, os projetos propiciarão aos cofres públicos a arrecadação de R$ 773 milhões em tributos. Em contrapartida, exigirão investimentos estimados em R$ 1,06 bilhão.
Em entrevista, Sá leitão ressaltou que a iniciativa vai estruturar os eventos previstos de forma a melhor explorar o turismo no estado. “As atividades culturais e criativas já respondem por 3,9% do PIB [Produto Interno Bruto] do estado do Rio”, afirmou o ministro. Quando se juntam essas duas vocações do estado, o potencial de desenvolvimento econômico, de geração de renda, de emprego e de inclusão social é imenso, acrescentou. “E o calendário visa justamente organizar e estruturar os eventos, para atrair mais turistas e, consequentemente, investimentos decorrentes dos gastos feitos por eles, de modo a recolocar o Rio no caminho do desenvolvimento econômico.”
Sá Leitão informou que os 617 projetos selecionados poderão captar recursos por meio das leis municipais, estaduais e federais de incentivo. “Todos são importantes e podem se beneficiar de isenções fiscais e captar recursos por meio das leis municipais, estaduais e federais de incentivo”. Segundo o Ministério da Cultura, ao avaliar os eventos, a FGV levou em consideração o potencial de impacto no turismo, na geração de renda e emprego, na atração de investimento e na inclusão social e o potencial de expansão e de continuidade.
Investimentos federais
O ministro Sá Leitão informou que o governo federal vai investir R$ 150 milhões nos eventos selecionados, por meio de patrocínios de empresas estatais e das leis federais de Incentivo. O impacto cultural, social e econômico de todos os eventos do programa Rio de Janeiro a Janeiro será mensurado pela FGV, que vai acompanhar o desenvolvimento dos projetos, com relatórios trimestrais e uma avaliação final.
Estudo da FGV feito no Réveillon, por exemplo, mostrou que o evento teve impacto global na economia da capital de R$ 1,92 bilhão.
O ministro aproveitou a solenidade desta sexta-feira para divulgar os números relativos ao carnaval deste ano, um dos principais eventos do programa Rio de Janeiro a Janeiro. Segundo ele, o carnaval atraiu ao Rio 6,5 milhões de pessoas e injetou R$ 3,02 bilhões na economia. “O valor é 6,8% maior do que o registrado no carnaval de 2017, um aumento significativo, considerando que a inflação foi de 2,95% e a economia cresceu 1% no ano passado.” Os dados também são resultado de pesquisa feita pela FGV para o Ministério da Cultura.
Conforme a pesquisa, o carnaval gerou 72 mil postos de trabalho, com crescimento de 6,8% em relação a 2017. O volume de impostos arrecadados também aumentou: foram R$ 179 milhões em tributos, com alta de 6,6%. A FGV constatou ainda que o fluxo de turistas no Rio aumentou 7,6% em comparação com o do ano passado, com um total de 1,05 milhão de pessoas passando pela cidade. Desse total, 931 mil eram brasileiros e 124 mil, estrangeiros.