07/03/2018 - 13:00
O varejo não deve passar incólume pela Operação Trapaça, da Polícia Federal, nova fase da Carne Fraca. Executivos de grandes redes do setor avaliam que a reação negativa do consumidor vista quando os problemas vieram à tona pela primeira vez, em março de 2017, tende a se repetir.
No ano passado, as vendas sofreram principalmente nos dias seguintes após a operação ser deflagrada, embora o efeito não tenha sido suficiente para abalar os números do setor no ano como um todo.
Mesmo com sua imagem abalada, a percepção é de que os produtos das empresas de alimentos envolvidas nas operações Carne Fraca e Trapaça não deixarão as gôndolas. Os varejistas lembram que o consumidor não tem muitas alternativas.
Juntas, a JBS, citada na primeira fase da Carne Fraca, e a BRF, citada na época e novamente na Trapaça, têm participação de mercado de cerca de 80% em categorias de congelados, por exemplo.
O efeito nas vendas ainda pode ser mitigado ou ampliado a depender da extensão das investigações, dizem empresários do setor de alimentos.
Na primeira etapa, o esforço das empresas e autoridades em esclarecer questionamentos ajudou a restringir o impacto no consumo.
Aperto. Um efeito menos visível para o consumidor, porém, tem a ver com a queda de braço das negociações entre varejistas e fornecedores. A crise de imagem tende a permitir que os varejistas imponham condições comerciais mais desfavoráveis à indústria.