Desde que deixaram a XP Investimentos, os empresários Marcelo Maisonnave (cofundador da XP), Eduardo Glitz e Pedro Englert passaram a investir em fintechs e se aproximaram do ecossistema de startups por meio da StartSe, companhia controlada por eles e que tem braços no Brasil e no Vale do Silício. Agora, a empresa, que costuma organizar missões de empresários brasileiros e conectá-los a startups americanas, vai fincar bandeira na China. E quem vai comandar a operação é o brasileiro Ricardo Geromel, um dos sócios da Startse. “A China tem mais de 90 unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão)”, diz Geromel, que ficará baseado em Xangai. “É um mercado muito importante para o setor.”

 

Segundas intenções

Por trás do plano de levar brasileiros para conhecerem o ecossistema chinês, se esconde também um interesse próprio dos sócios – principalmente os oriundos da XP. Afinal, a China tem se convertido em um dos terrenos mais férteis para o mercado de fintechs. A ponto de a existência do papel moeda na terra de Mao Tsé-Tung ser colocada em dúvida. Não é exagero. No ano passado, o volume de pagamentos móveis, por meio de plataformas como o WeChat, da Tencent, e Alipay, do Alibaba, foi de US$ 8,6 trilhões. Nos EUA, esse montante não passa de US$ 150 bilhões. Quem sabe, o trio não encontra um modelo de negócio para trazer ao Brasil.

(Nota publicada na Edição 1060 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Carlos Eduardo Valim, Márcio Kroehn e Moacir Drska)