01/04/2018 - 9:14
Dono de quatro lojas nos shoppings do Brás, o empreendedor Anderson Barreto, 37 anos, tinha rotina bem diferente até seis anos atrás. Após trabalhar na feirinha da madrugada, das 3h às 7h, todos os dias, pegava o ônibus e vendia camisetas de camelódromo em camelódromo, enquanto durasse o estoque: ia para Santo André, São Bernardo, Diadema e São Mateus – sempre comprando o produto em confecções por R$ 8 e vendendo por R$ 12.
Mesmo assim, não juntou capital. Ao decidir deixar a rua e comprar seu primeiro box – de 5 metros quadrados – no New Mall, o mais simples dos shoppings do grupo liderado pelo Mega Polo Moda, precisou pedir parcelamento. Pagou R$ 5 mil em cinco vezes. Hoje, ele terceiriza a fabricação de três marcas próprias de roupas – Dona Chica, Melatto e Vinny. Em seus pontos de venda, trabalham 25 funcionários – “todos com carteira assinada”, frisa.
Para chamar a atenção dos seus produtos, Barreto não precisa mais gritar frases de efeito. Agora, entre 6h e 12h, quando o movimento do Shopping Vautier Premium, o mais chique do Brás, está muito grande, ele contrata modelos para desfilar suas criações e distribuir cartões aos lojistas que ainda não passaram por seu corredor.
A maior parte dos clientes de lojistas como Barreto vem de outros Estados. É o caso de Juliana Ribas, 32 anos, dona de uma loja na Praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba. Circulando rapidamente entre os camelôs da rua e caminhando de shopping em shopping, ela sabe o que busca: “O estilo da minha cliente é o da ‘piriguete'”, brinca.
Juliana sai de Curitiba às 20h, chega em São Paulo por volta das 2h30 e, às 14h, já está fazendo a viagem de volta – rotina que se repete religiosamente a cada 15 dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.